Semana de oração pela Unidade dos Cristãos 2020



Semana de Oração Pela Unida de 24 a 31 de Maio de 2020
O cartaz deste de 2020 foi enviado pela Lílian Santos Gomes, moradora de Porto Alegre-RS. Encontra-se no site do Conic.

Cartaz Souc 2020

Os créditos dessa informação são:

CONIC : https://www.conic.org.br/portal/semana-de-oracao

 

PERÍODO
De 24 a 31 de maio de 2020.
TEMA
Gentileza gera Gentileza“, inspirado na passagem de Atos 28:2 – relato em que Paulo é gentilmente acolhido após um naufrágio.
O cartaz deste de 2020 foi enviado pela Lílian Santos Gomes, 35 anos, moradora de Porto Alegre-RS. Na arte, vemos mãos de acolhida – representando todos os povos – circundando a peça. Ao centro, temos um bote com migrantes e um barco a acolhê-los, numa alusão às muitas ONGs que, hoje, fazem esse trabalho de resgate no Mar Mediterrâneo e em outras localidades. Corações aquecidos e pombas brancas da paz, que também representam o Espírito Santo, são os outros componentes do desenho… que taz em si o tema da SOUC 2020: Gentileza gera Gentileza.
INTRODUÇÃO AO TEMA PARA O ANO DE 2020
“Gentileza gera Gentileza”
(Cf.: Atos 28:2)
Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2020 foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta. Todos os anos, em 10 de fevereiro, muitos cristãos da ilha celebram a festa do naufrágio do apóstolo Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nesse território. A leitura de Atos usada na festa este ano foi o texto escolhido para a SOUC 2020.
A história começa com Paulo sendo levado a Roma como prisioneiro (At 27:1). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.
A narrativa é um clássico drama da humanidade. O relato informa que os passageiros do navio estão expostos às forças dos mares e das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças os levam a um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.
As 276 pessoas a bordo são divididas em grupos distintos.
O centurião e seus soldados têm poder e autoridade, mas dependem da perícia e da experiência dos marinheiros. Embora todos estejam assustados e vulneráveis, os prisioneiros são os mais vulneráveis de todos. Suas vidas são consideradas dispensáveis, eles estão em risco de uma execução sumária (At 27:42). À medida em que a história se desenvolve, sob pressão e temendo por suas vidas, vemos desconfiança e suspeita ampliando as divisões entre os diferentes grupos.
Notavelmente, porém, Paulo se ergue como um centro de paz no tumulto. Ele sabe que sua vida não é governada por forças indiferentes ao seu destino, mas está segura nas mãos do Deus a quem ele pertence e serve (At 27,23). Por causa de sua fé, ele está confiante de que se erguerá diante do imperador em Roma. É a força da fé que encoraja Paulo a se erguer diante de seus companheiros de viagem e dar graças a Deus. Todos passam a ficar encorajados. Seguindo o exemplo de Paulo, eles partilham pão, unidos numa nova esperança e confiando em suas palavras.
Esta experiência de confiança aponta para o tema principal dessa passagem: a providência divina. Foi decisão do centurião navegar em tempo ruim. Entretanto, durante a tempestade, os marinheiros é que devderiam decidir como conduzir o navio para garantir segurança à tripulação. Com o agravamento da situação, os planos dos marinheiros precisaram ser alterados. A única alternativa possível seria permanecer juntos e permitir que o navio naufragasse. Estão à deriva, nas mãos de Deus. Foram salvos pela divina providência. O navio e toda a sua valiosa carga se perderam, mas todas as vidas foram salvas.
Esse grupo de pessoas diversas, e em conflito, desembarca em uma ilha (At 27:26). Tendo sido jogados juntos pelo mesmo navio, chegam ao mesmo destino. Lá, são recebidos com muita hospitalidade e amorosidade pelos nativos da ilha, que desconheciam os conflitos internos do grupo náufrago. Ao se unirem ao redor do fogo, cercados por um povo que nem os conhece nem os compreende, diferenças de poder e posição social se esvaem. Os 276 náufragos não estão mais na dependência de forças indiferentes, mas envolvidos pela amorosa previdência de Deus, que se revela através de um povo que os acolheu com uma “Gentileza fora do comum” (At 28:2). Com frio e molhados, eles podem se aquecer e secar perto do fogo. Com fome, recebem comida. São abrigados até que seja seguro para eles continuar a viagem. É uma Gentileza capaz de transformar qualquer conflito e animosidade.

Tribunal de Contas da União Realiza Cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019



TCMSP realiza Cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019Notícias 11/12/2019 14:00 2 DIAS ATRÁS

Na terça-feira, 10 de dezembro, foi realizada no Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) a cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019. O encontro reuniu o dirigente espírita Carlos Alberto Pinto, do Centro Espírita Recomeço; o pastor Emanuel Rubens de Carvalho, da Igreja Batista Boas Novas; a monja Heishim, do Templo Zen do Brasil; o padre José Bizon, da Casa da Reconciliação; o sheik Jihad Hammadeh, vice-presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas; e a sacerdotisa da Religião de Matriz Africana do Ilê Olá Omi Assei Opo Araka – Ilé de Candomblé, Mãe Carmen – Iyalorixá Carmen de Oxum.

Após a abertura da cerimônia, realizada pelo Coral do TCMSP, sob a regência do maestro William Guedes, a palavra foi dada ao dirigente espírita Carlos Alberto Pinto, que iniciou sua fala lembrando que, há 71 anos, é celebrada a Declaração Universal dos Direitos Humanos como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações.

Carlos Alberto lembrou que, na verdade, a proteção universal dos direitos humanos iniciou-se quando Moisés recebeu no Monte Sinai a primeira relação dos direitos e deveres: os Dez Mandamentos. “Porém, há mais de dois mil anos, Jesus resumiu tudo isso nas seguintes palavras: ‘Amai a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a ti mesmo’”, lembrou o dirigente do Centro Espírita Recomeço. Enfatizando que o Brasil é o país com mais seguidores católicos, evangélicos, espíritas e umbandistas, Carlos Alberto questionou: “Será por acaso? Ou há algo especial reservado para nós? Não existe acaso na lei divina”. Finalizando sua manifestação, destacou: “Quando o verdadeiro amor preencher o nosso ser na sua totalidade, quando deixarmos de julgar os nossos semelhantes e quando as diferenças entre nós, em todos os sentidos, deixarem de existir, quando colocarmos a preocupação com o outro antes da preocupação conosco, então, o ódio, o racismo, o preconceito, o desdém, a inveja e a cobiça deixarão de dominar o nosso ser. E, finalmente, poderemos viver como irmãos, nos ajudando, uns aos outros sem rancor”.

A indagação “qual o valor do ser humano?” conduziu a mensagem deixada pelo pastor Emanuel Rubens de Carvalho, da Igreja Batista Boas Novas. Para responder à questão, o pastor citou trecho do Evangelho contido em João, capítulo 3, versículo 16, que diz: “Porque Deus amou tanto o mundo, a humanidade, o ser humano, que entregou seu único filho para todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Com essa visão bíblica, o pastor reforça que o ser humano vale tanto quanto a vida do filho de Deus. Segundo as palavras do pastor, o desafio da humanidade é, portanto, amar como Deus nos amou, “entregando a vida do seu filho em nome do amor ao ser humano”, acrescentou. Ao concluir sua mensagem, assegurou que “quando conseguirmos seguir o exemplo de amor deixado por Deus, o sonho de um mundo mais justo e com respeito ao ser humano se tornará uma realidade”.

A Monja Heishim, do Templo Zen do Brasil, iniciou sua fala contando sobre a busca do indiano Sidarta Gautama, o Buda, pelo sentido da vida. Explicou que Buda, que em sânscrito significa “o desperto”, descobriu a resposta nas práticas meditativas e na conexão do homem com todos os seres do universo. “Buda é uma condição da mente e não apenas um nome. É se perceber conectado com tudo que existe, da árvore ao oceano. Se responsabilizar por manter uma mente sadia e feliz e apreciar a vida olhando-a com profundidade e harmonia”, enfatizou a líder religiosa.

Como funcionária pública há 36 anos e monja há 10, Heishim ressaltou que as práticas meditativas não devem ser exercidas para criar um mundo paralelo e sim para trazer os benefícios para a vida cotidiana. Dessa maneira, é fundamental cuidar do que se passa na mente e escolher bem as palavras a serem usadas, principalmente no ambiente de trabalho. “Devemos criar uma mente de contentamento e harmonia e entender o privilégio que temos em trabalhar na área pública. De poder servir à sociedade e garantir que as políticas públicas cheguem a todos. Temos a obrigação de ser criativos e felizes e não frustrados e sem ânimo”, finalizou a monja.

Em sua manifestação, o sheik Jihad Hammadeh fez uma pequena oração e agradeceu a todos os presentes na solenidade. Em seguida, ensinou que “a dignidade está relacionada em se fazer o bem; não ser só bom, pois ser bom é fácil, o difícil é ser benfeitor para o outro, e o outro aqui é o outro ser humano, que vive ao seu lado, ou o meio ambiente”. O dirigente muçulmano falou dos ensinamentos que são importantes para viver com dignidade e em paz com todos em sociedade. “As pessoas falam que o amor supera tudo, no casamento, por exemplo. Não é fato. Muitas vezes há violência, amando; há injustiça, amando. Porém, se não tiver amor, mas tiver respeito, já basta. O mínimo necessário é respeitar o outro, que significa fazer justiça com ele. Sermos justos e respeitosos, primeiro com Deus, depois comigo e com o próximo e seremos felizes e teremos dignidade”, descreveu ele.

Finalizando sua exposição na cerimônia inter-religiosa, o sheik Jihad Hammadeh abordou questões que interferem nas relações sociais atualmente: “O respeito é importante e foi para isso que Deus enviou os profetas, para nos ensinarmos que não sou obrigado a amar ninguém, mas eu sou obrigado a respeitar o próximo. Nós acreditamos que o respeito venha antes que os demais sentimentos. Com respeito, podemos viver bem com todos, mesmo discordando deles, para termos uma sociedade mais justa, melhor, respeitosa e harmônica”, afirmou ele.

O padre José Bizon, em sua oratória, citou uma passagem da vida de Jesus Cristo, quando questionaram sobre o maior mandamento de Deus, e Ele respondeu: amar a Deus sobre todas as coisas e a seu próximo como a si mesmo. “Quando pararmos de atirar pedras ao invés de estender a mão ao nosso próximo, o mundo será melhor, porque a dignidade está aí, no respeito a esse mandamento. Dessa forma, construiremos uma sociedade mais humana, justa e fraterna”, acrescentou o padre.

Em sua mensagem, Mãe Carmen de Oxum, sacerdotisa do Candomblé, ressaltou a importância da convivência entre os diferentes, o respeito acima das divergências religiosas. Ela afirmou lamentar não apenas a discriminação lançada sobre a sua religião, mas qualquer forma de discriminação. Para a sacerdotisa, apesar das diferenças que nos distinguem, devemos amar a todos. “Que você ame seu irmão, demais parentes ou estranhos como eles são e não como gostaria que fossem”, concluiu ela.

Encerrando a celebração, o presidente do TCMSP, conselheiro João Antonio da Silva Filho, frisou que a dignidade humana implica necessariamente falar de solidariedade. “E para falar de solidariedade temos que falar de amor e fraternidade”. Citando o escritor checo Franz Kafka, João Antonio afirmou que solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana, e não combina com individualismo competitivo que marca a sociedade atual. “Solidariedade significa estendermos as mãos a todos, independente da sua opção religiosa, sua opção sexual, sua cor de pele ou classe social”, destacou, acrescentando que o individualismo competitivo enraizado em nossa sociedade leva a todo tipo de discriminação. “A ideia de solidariedade humana é premissa fundamental para um mundo melhor no futuro”, destacou.

Lembrando as palavras do papa João XXIII, o presidente do TCMSP afirmou que o pontífice acresceu aos pilares do Estado, além dos conceitos de povo, território e marcos legais, a finalidade de que esse promova o desenvolvimento integral da pessoa humana. “E essa preocupação vai em direção da mesma determinação da solidariedade entre os seres humanos, e esses estão no centro das preocupações de todas as confissões religiosas”, afirmou ele.

O conselheiro presidente João Antonio terminou sua mensagem de Natal e de Ano Novo lendo um poema do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht, um libelo contra a visão hobbesiana de que só a “mão pesada” do Estado é capaz de impedir a guerra de todos contra todos. Diz o poema: “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural. Nada deve parecer impossível de mudar”.

O final da cerimônia foi marcado pela apresentação do coral São Luiz Gonzaga, da Associação Bênção da Paz, regido pelo maestro Cláudio Veloso e formado por crianças entre 6 e 14 anos.

 

Imagens Anexadas

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Plenário Paulo Planet Buarque do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realiza cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Funcionários do TCMSP na cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Funcionários do TCMSP na cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Cerimônia Inter-Religiosa

Cerimônia Inter-Religiosa

Coral dos Servidores do TCMSP se apresenta na cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

Coral dos Servidores do TCMSP se apresenta na cerimônia Inter-Religiosa de encerramento de 2019

O Mestre de Cerimônias, Antonio Carlos Vieira Jr

O Mestre de Cerimônias, Antonio Carlos Vieira Jr

O dirigente espírita Carlos Alberto Pinto, do centro espírita Recomeço

O dirigente espírita Carlos Alberto Pinto, do centro espírita Recomeço

O pastor Emanuel Rubens de Carvalho, da Igreja Batista Boas Novas

O pastor Emanuel Rubens de Carvalho, da Igreja Batista Boas Novas

A Monja Heishim, do Templo Zen do Brasil

A Monja Heishim, do Templo Zen do Brasil

A Monja Heishim, do Templo Zen do Brasil

A Monja Heishim, do Templo Zen do Brasil

O sheik Jihad Hammadeh

O sheik Jihad Hammadeh

Mãe Carmen de Oxum, sacerdotisa do Candomblé

Mãe Carmen de Oxum, sacerdotisa do Candomblé

O padre José Bizon

O padre José Bizon

Coral São Luiz Gonzaga, da Associação Bênção da Paz

Coral São Luiz Gonzaga, da Associação Bênção da Paz

Coral São Luiz Gonzaga

Coral São Luiz Gonzaga

O coral São Luiz Gonzaga, da Associação Bênção da Paz, regido pelo maestro Cláudio Veloso e formado por crianças entre 6 e 14 anos

O coral São Luiz Gonzaga, da Associação Bênção da Paz, regido pelo maestro Cláudio Veloso e formado por crianças entre 6 e 14 anos

Coral São Luiz Gonzaga

Coral São Luiz Gonzaga

O presidente do TCMSP, conselheiro João Antonio da Silva Filho

 

Igreja Católica participa da XVIII Assembleia Geral Ordinária do CONIC



 31/05/2019  Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso

Igreja Católica participa da XVIII Assembleia Geral Ordinária do CONIC

Nos dias 28 a 30 de maio, na casa Sagrada Família, em São Paulo, SP, realizou-se o Seminário Diversidade Reconciliada na Mesa Comum motivando a abertura da XVIII Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).

Inspirados pelo texto de Efésios 2,14 “É Ele, com efeito que é a nossa paz … destruiu o muro da separação: o ódio” participaram do momento, membros fraternos (organizações ecumênicas no Brasil), regionais ecumênicos do CONIC e as delegações de suas Igrejas-membro, que são: Aliança de Batistas do Brasil – ABB; Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB; Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB; Igreja Presbiteriana Unida – IPU; Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia – ISOA.

Por parte da delegação Católica compareceram o diácono Augusto César Silva Pereira, o padre Clair José Lovera, Edoarda Sopelsa Scherer, Izaías de Souza Carneiro, padre José Bizon, Maria José Jordão, Nilda de Assis Cândido, padre Volnei Carlos de Campos e o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro. Ainda se fizeram presentes, integrando a atual Diretoria do Conic, dom Teodoro Mendes Tavares, como tesoureiro, e Therezinha Motta Lima da Cruz, como segunda vice-presidente.

O momento foi oportuno para se reconhecer os caminhos já percorridos para o ecumenismo no Brasil e partilhar sobre os desafios atuais que se apresentam para a continuidade do diálogo fraterno.

       Na nova diretoria do CONIC, gestão 2019 -2022, assumem o  pastor Inácio  Lemke (IECLB) – presidente, a presbítera Anita Sue (IPU) – primeira vice-presidente, o padre José Bizon (ICAR)- segundo vice-presidente, a reverenda Magda Guedes (IEAB) – secretária e o pastor Mayrinkellison Peres Wanderley (ABB)- tesoureiro. Compõe o Conselho Fiscal: Edoarda S. Scherer (ICAR), reverenda Tatiana Ribeiro (IEAB) e Maria Aparecida Almeida (IECLB).

Na ocasião, Dom Manoel João Francisco, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou cumprimentos por parte da Comissão e agradeceu “os esforços expedidos e os trabalhos realizados pela atual diretoria, ao mesmo tempo que saúda com vibração a diretoria que deverá ser eleita”. Almejando que “no espírito da Semana de Oração pela Unidade Cristã, a Comissão deseja que o CONIC não deixe nunca de “procurar a justiça e nada mais além da justiça” (Dt 16, 11-20)”.

Creditos -Por Edoarda S. Scherer

http://www.cnbb.org.br/igreja-catolica-participa-da-xviii-assembleia-geral-ordinaria-do-conic/

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Entrevista da Revista Isto é . Onde as religiões se encontram



Onde as religiões se encontram

Na Casa da Reconciliação, representantes de diversas crenças unem-se para mostrar que é possível conviver pacificamente mesmo quando a fé é diferente.

 

 

 

 

ECUMENISMO O judeu Raul, o muçulmano Atilla, a mórmon Ruth e o padre Bizon: cada um com sua fé, mas juntos por um mundo melhor (Crédito: GABRIEL REIS)

O riso corre solto entre o cônego José Bizon, o judeu Raul Meyer, o muçulmano Atilla Kus e Ruth Junginger de Andrade, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida como Igreja Mórmon. É hora da foto que ilustra esta reportagem e o quarteto se diverte enquanto tenta seguir a orientação do fotógrafo. Eles estavam na sala de estar da Casa da Reconciliação, em São Paulo, um lugar pertencente à Igreja Católica aberto ao diálogo inter-religioso. Dito assim, de maneira mais formal, parece algo burocrático. Quem conhece o lugar e os vê juntos, brincando uns com os outros, descobre o que é na prática o significado do respeito à crença alheia e, principalmente, que é possível conviver com o diferente. Afinal, apesar das distinções entre as religiões, todos eles desejam a mesma coisa: “tikun olam”, a expressão judaica que significa trabalhar para melhorar o mundo e torná-lo mais harmonioso. “Esta é a lição mais importante do nosso trabalho”, afirma Bizon.

Além dos católicos, judeus e muçulmanos, participam das atividades representantes de outras religiões de origem cristã, como os mórmons e os luteranos, de raízes africanas, como a umbanda e a ioruba, e também do budismo. O objetivo é divulgar às pessoas que o amor ao próximo é o denominador comum às religiões e não o contrário. “O desconhecimento das pessoas em relação às religiões é o grande problema”, diz Raul Meyer, diretor da Federação Israelita de São Paulo na área do Diálogo Inter-religioso. “Há a formação de uma minoria que radicaliza enquanto a maioria silencia.”

 Combate aos ataques
JUNTOS O judeu Raul e o padre Bizon participam do Ramadã dos muçulmanos. No detalhe, a Bíblia, o Alcorão e a Torá estão lado a lado na estante da casa católica (Crédito:Divulgação)

 O mundo, de fato, está repleto de um ódio religioso que grita nas redes sociais e que, de tempos em tempos, produz tragédias em nome de Deus. A última aconteceu na sexta-feira 15, na Nova Zelândia, quando um atirador matou 50 pessoas em duas mesquitas na cidade de Christchurch. O sentimento de raiva está calcado em falta de informação e em estereótipos sem sentido, como o de que muçulmanos são terroristas. Nada está tão longe da religião, fundamentada na prática do amor e na valorização da vida. “Quando alguém de nossa religião mata, ele perde sua essência de muçulmano porque, para nós, ser muçulmano significa respeitar a vida”, explica o turco Atilla Kus, secretário-geral do Centro Islâmico e de Diálogo Inter-religioso e Intercultural.

Até há alguns anos, o Brasil parecia estar distante das ondas de ódio religioso. No entanto, o fenômeno ganha terreno aqui e tem como alvo principal as religiões de matriz africana. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos humanos, entre 2011 e 2016 as denúncias de intolerância religiosa cresceram 4.960% no País. A maioria dos ataques (178) foi contra integrantes de crenças de raiz africana. Às vezes, a impressão é que se trata de uma guerra na qual só o lado da raiva é vitorioso. Mas trabalhos como os da Casa da Reconciliação evidenciam que há uma contrapartida forte transmitindo a mensagem da convivência pacífica. “Somos todos filhos de Deus que podem se unir em favor do amor e não do ódio”, diz Ruth de Andrade, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. E conviver significa respeitar as diferenças de práticas. “Quando me encontro com a mãe de santo, peço a sua benção”, conta a monja Heishin, praticante do zen-budismo.

Todos os meses, eles reúnem as famílias em um almoço para o qual cada um leva pratos comuns às suas origens. No início, há cerca de dois anos, havia certo estranhamento entre judeus e muçulmanos. Hoje, homens, mulheres e crianças interagem como amigos, demonstrando que nenhuma distinção religiosa torna um ser humano diferente ou melhor do que o outro. As mulheres, inclusive, preparam um livro com receitas de refeições partilhadas nos encontros. Praticantes de outra fé já participaram do Ramadã, período no qual os muçulmanos jejuam de dia e alimentam-se depois do por do sol. Eles são convidados pela comunidade, que tem o cuidado, inclusive, de incluir no cardápio a comida kosher consumida pelos judeus. É com gestos assim que o ódio religioso será combatido. Ou com atitudes como a da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Um dia após os ataques, ela foi até os familiares das vítimas. Cobrindo a cabeça com um lenço preto disposto como o hijab das muçulmanas, ela não falou nada. Apenas abraçou os que sofriam, levando a eles, em cada abraço, a solidariedade do mundo todo.

APOIO Um dia após os ataques na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinda levou sua solidariedade às vítimas (Crédito:Hagen Hopkins)

VEJA ENTREVISTA NO LINK: https://istoe.com.br/onde-as-religioes-se-encontram/

postagem 22/03/2019

Dom Pagano: abertura arquivos mostrará a todos a grandeza de Pio XII



Ajuda aos deslocados durante o pontificado de Pio XII (Arquivo Santa Sé)

A abertura dos arquivos sobre Pio XII, decidida pelo Papa Francisco, permitirá um estudo aprofundado sobre o Papa Pacelli, muitas vezes superficialmente criticado. Foi o que disse o prefeito do Arquivo Secreto Vaticano. Em um ano estarão disponíveis os documentos do Papa, da Cúria e das representações pontifícias de 1939 a 1958.

 Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco, recebendo em audiência os superiores, os funcionários e os colaboradores do Arquivo Secreto Vaticano, anunciou nesta segunda-feira (04/03) seu desejo de abrir os arquivos da Santa Sé relativos ao pontificado de Pio XII em 2 de março de 2020. Os pesquisadores qualificados poderão assim tomar visão de uma grande quantidade de documentos recolhidos no Vaticano no período que vai de 2 de março de 1939 a 9 de outubro de 1958. É um anúncio há muito esperado por estudiosos que coincide com o octogésimo aniversário da eleição de Eugenio Pacelli.

Os detalhes da iniciativa estão descritos em um artigo de Dom Sérgio Pagano, Prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, publicado na edição do L’Osservatore Romano desta segunda-feira e antecipado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. “A importante iniciativa do Papa Francisco – escreve Dom Pagano no artigo – teve um longo período de preparação, durante o qual os arquivistas do Arquivo Secreto Vaticano e seus colegas em outros arquivos do Vaticano realizaram um paciente trabalho de ordenamento, pequisa e inventário dos muitos documentos “.

O prefeito recorda que, em 2004, São João Paulo II, já tinha disponibilizado aos pesquisadores documentos do Serviço Vaticano Informações sobre os prisioneiros de guerra (1939-1947) do Arquivo Vaticano, “composto por 2.349 unidades de arquivo, divididas em 556 envelopes, 108 registros e 1.685 caixas de documentos, com um arquivamento em ordem alfabética, o que equivale a cerca de 2 milhões e 100 mil fichários nominativos, relativos aos militares e aos civis prisioneiros, dispersos ou internados, dos quais se estavam procurando notícias. Documentos ainda muitos solicitados por parte de estudiosos privados ou de parentes dos prisioneiros mortos”.

Após a abertura do pontificado de Pio XI (1922-1939) em 2006, por desejo de Bento XVI, “já se trabalhava para a progressiva preparação do material documental de Pio XII, que muitos estudiosos solicitavam com crescente insistência”. A quantidade de trabalho “foi certamente enorme” e o trabalho durou até hoje. Na sequência da decisão do Papa Francisco “serão abertas – explica o prefeito Pagano – até outubro de 1958 o Arquivo Secreto Vaticano, o Arquivo Histórico da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, O Arquivo Histórico da Congregação para a Doutrina da Fé, o Arquivo Histórico da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Arquivo Histórico da Congregação para as Igrejas Orientais, os Arquivos da Fábrica de São Pedro e, segundo modalidades e formas e diferentes de acesso, também outros Arquivos Históricos de Congregações, de Dicastérios, Escritórios e Tribunais, a critério de seus relativos superiores”.

Cada um desses arquivos tem suas próprias regras, sistemas de reservas e naturalmente índices e inventários relativos à sua documentação que agora se torna disponível.

Limitando-se a descrever apenas as novas fontes do Arquivo Secreto que estarão disponíveis para os estudiosos, Dom Pagano menciona cerca de 151.000 posições (cada uma dos quais consiste de dezenas de folhas) da Secretaria de Estado. Destes documentos, foram preparadas precisas descrições informáticas também disponíveis em papel (são 68 volumes de índices). Depois, há os chamados “envelopes separados”, que conservam a documentação por temas ou instituições, organizados pela Secretaria de Estado, em “um total de 538 envelopes, dos quais será feita uma lista descritiva precisa”. Da mesma fonte, “as 76 unidades chamadas agora Cartas Pio XII, conterão manuscritos de Eugenio Pacelli antes do pontificado e durante o pontificado, assim como os textos de seus muitos discursos, às vezes com correções autógrafas”. Há também três outros consistentes “arquivos especiais”. O primeiro é o da Comissão de Socorro, o segundo é simplesmente chamado de Beneficência Pontifícia, e o terceiro é o do Escritório Migração, criado para enfrentar o problema da repatriação de vários prisioneiros e refugiados, bem como o crescente problema da migração causada pela pobreza de certos Países europeus.

Estarão também disponíveis os documentos de representações pontifícias: “De cada representação pontifícia foi preparado o inventário detalhado, guia indispensável para o pesquisador (cerca de 81 índices num total de mais de 5.100 envelopes). Também esses inventários poderão ser consultados na rede intranet do Arquivo Vaticano para comodidade dos estudiosos e para facilitar a sua pesquisa em vários campos”.
Em suma, uma obra gigantesca de catalogação “à qual se dedicaram com constância e exclusividade vinte funcionários do Arquivos Vaticano, auxiliados também, sempre que possível, por graduados diplomados na Escola de Paleografia, Diplomática e Arquivo do mesmo Arquivo Secreto. “E o mesmo discurso vale também para os outros arquivos históricos da Cúria Romana que serão agora abertos sobre o pontificado de Pacelli. “Certamente um grande esforço – escreve ainda Dom Pagano – mas creio que seja um esforço sustentado pelo grande entusiasmo, porque se tinha consciência de trabalhar em prol da futura pesquisa histórica em relação a um período crucial para a Igreja e para o mundo. Esses documentos falaram, falam, e eu espero que falarão aos pesquisadores e aos historiadores de uma quase sobre-humana obra de cristão “humanismo” (falou-se de “diplomacia da caridade”), ativa na conglomeração tempestuosa daqueles eventos que, em meados do século XX, pareciam determinados a aniquilar a própria noção de civilização humana”.

“Sobre esse triste, ou melhor terrível cenário – conclui o prefeito do Arquivo Secreto Vaticano – seja antes da última guerra, seja durante seu trágico desenvolvimento, seja depois dela, se destaca com conotações próprias a grande figura de Pio XII, muito superficialmente julgada e criticada por alguns aspectos do seu pontificado. Agora, graças também à recente abertura desejada com confiança pelo Papa Francisco, creio que a sua figura possa encontrar entre os historiadores quem a saiba investigar, sem preconceitos, e com a ajuda dos novos documentos, toda a sua real abrangência e riqueza”.

A pesquisa no Arquivo Secreto Vaticano, como indicado no website (http://asv.vatican.va/content/archiviosegretovaticano/it/consultazione/accesso-e-consultazione.html) é “gratuita e aberta a estudiosos qualificados, que tenham interesse em realizar investigações científicas. A exigência é a posse do título de Licenciatura (cinco anos) ou de outro diploma universitário equivalente (para os eclesiásticos o diploma ou o doutorado)”. É necessário dirigir o pedido ao prefeito, indicando as razões para a pesquisa e acompanhar o pedido com uma “carta de apresentação de um Instituto de pesquisa histórico-cientifico acreditado ou de uma pessoa qualificada no campo da pesquisa histórica (Professor titular de cátedra universitária)”. Deve também anexar o certificado do último título acadêmico obtido

CRÉDITOS; Sergio Centofanti – Cidade do Vaticano

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2019-03/dompagano-abertura-arquivos-mostrara-todos-grandeza-pio-xii.html

Papa anuncia abertura dos arquivos do Pontificado de Pio XII



Papa Pio XII em visita aos lugares do bombardeio em Roma em 19 de julho de 1943

Papa anuncia abertura dos arquivos do Pontificado de Pio XII

O Papa anunciou sua “decisão de abrir à consulta dos pesquisadores a documentação arquivística atinente ao Pontificado de Pio XII, até sua morte, ocorrida em Castel Gandolfo em 9 de outubro de 1958”, ao receber em audiência esta segunda-feira (04/03) os responsáveis e os funcionários do Arquivo Secreto Vaticano

Raimundo de Lima – Cidade do Vaticano

“Decidi que a abertura dos Arquivos Vaticanos referentes ao Pontificado de Pio XII se dará em 2 de março de 2020, exatamente à distância de um ano do octogésimo aniversário da eleição de Eugenio Pacelli à Cátedra de Pedro.”

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Foi o anúncio feito pelo Papa Francisco ao receber em audiência ao meio-dia desta segunda-feira (04/03) na Sala Clementina, no Vaticano, os responsáveis e os funcionários do Arquivo Secreto Vaticano, um grupo de 75 pessoas.

Dirigindo-se ao prefeito, vice-prefeito, arquivistas, assistentes e funcionários do Arquivo Secreto Vaticano situou o encontro por ocasião da alegre celebração, sábado passado, dos oitenta anos da eleição a Sumo Pontífice, em 2 de março de 1939, do Servo de Deus Pio XII.

Figura de Pio XII hoje oportunamente colocada na justa luz

A figura daquele Pontífice, que conduziu a Barca de Pedro num momento entre os mais tristes e sombrios do Séc. XX, agitado e em vários lugares dilacerado pelo último conflito mundial – disse o Santo Padre –, com o período consequente de reorganização das Nações e a reconstrução pós-bélica, esta figura foi questionada e estudada em vários seus aspectos, por vezes colocada em discussão e até mesmo criticada (se diria com alguns preconceitos ou exageros). Hoje essa figura é oportunamente reavaliada e, aliás, colocada na justa luz por suas poliédricas qualidades: sobretudo pastorais, mas também teológicas, ascéticas, diplomáticas, enfatizou.

Em seguida, Francisco ressaltou ao presentes que por desejo do Papa Bento XVI eles estão desde 2006 trabalhando num projeto comum de inventário e preparação da volumosa documentação produzida durante o Pontificado de Pio XII, a qual em parte seus veneráveis predecessores São Paulo VI e São João Paulo II já tornaram consultáveis.

Trabalho dos arquivistas no silêncio e distante dos clamores

Referindo-se à atividade desempenhada por todos eles, o Papa destacou que se trata de um trabalho que se realiza no silêncio e distante dos clamores, cultiva a memória, e num certo sentido, disse, “me parece que possa ser comparado à cultivação de uma árvore majestosa, cujos ramos estão voltados para o céu, mas cujas raízes estão solidamente fincadas na terra”.

“Se compararmos essa árvore à Igreja, vemos que ela está voltada para o Céu, onde se encontra a nossa pátria e o nosso último horizonte; as raízes, porém, fincam no terreno da própria Encarnação do Verbo, na história, no tempo”, disse ainda.

“Vocês, arquivistas, com sua paciente fadiga trabalham sobre essas raízes e contribuem para mantê-las vivas, de tal modo que também os ramos mais verdes e mais jovens da árvore possam ter boa seiva para seu crescimento no futuro”, acrescentou.

Arquivo completo do Pontificado de Pio XII

“Este constante e não leve esforço, de vocês e de seus colegas, me permite hoje, em recordação daquela significativa data, anunciar a minha decisão de abrir à consulta dos pesquisadores a documentação arquivística atinente ao Pontificado de Pio XII, até sua morte, ocorrida em Castel Gandolfo em 9 de outubro de 1958.”

 Assumo essa decisão, continuou Francisco, “tendo ouvido o parecer de meus mais estreitos colaboradores, com ânimo sereno e confiante, certo de que a séria e objetiva pesquisa histórica saberá avaliar na justa luz, com crítica apropriada, momentos de exaltação daquele Pontífice e, sem dúvida, também momentos de graves dificuldades, de decisões difíceis, de humana e cristã prudência, que a alguém poderá parecer reticência, e que ao invés foram tentativas, humanamente também muito difíceis, para manter acesa, nos períodos mais sombrios e de crueldade, a chama das iniciativas humanitárias, da silenciosa, mas ativa diplomacia, da esperança em possíveis boas aberturas dos corações”.

Igreja não tem medo da história

“A Igreja não tem medo da história, aliás, a ama e quer amá-la mais e melhor, como Deus a ama! Portanto, com a mesma confiança de meus Predecessores, abro e confio aos pesquisadores esse patrimônio documentário.”

O Santo Padre concluiu encorajando os responsáveis e funcionários do Arquivo Secreto Vaticano, bem como os professores da Escola Vaticana de Paleografia, Diplomática e Arquivística, a prosseguir no trabalho de assistência aos pesquisadores – assistência científica e material – e também na publicação das fontes do Papa Pacelli que serão consideradas importantes, como já o estão fazendo há alguns anos.

CRÉDITOS: Raimundo de Lima – Cidade do Vaticano

https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-03/papa-francisco-anuncia-abertura-arquivos-pontificado-pio-xii.html

NOTICIAS CNBB



Simpósio Ecumênico, coordenado pela CNBB, propõe diálogo Católico-Pentecostal

Tratando da temática “o Espírito e a Igreja: perspectivas do diálogo Católico-Pentecostal” ocorreu em Jundiaí (SP), no Centro de Convivência Mãe do Bom Conselho, durante os dias 1 a 3 de fevereiro o Simpósio Ecumênico, evento anual promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Inspirados por Efésios 4,3 “Guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, o encontro possibilitou a reunião entre agentes do ecumenismo: bispos, padres, religiosos e religiosas, cristãos leigos e leigas e outros interessados na temática.

Na abertura do evento dom Francisco Biasin ressaltou ser “aprender o estilo ecumênico de viver que é o acolhimento à preciosidade da outra pessoa e da construção de um caminho apesar das nossas diferenças. Grandes diferenças, grandes riquezas e o desejo enorme de colocar tudo em comum e viver em unidade. Uma palavra que o Papa Francisco repete frequentemente: ‘juntos’. Ele não se cansa de dizer caminhar juntos, trabalhar juntos, orar juntos. Esta palavra – juntos – tem sobretudo na oração de Jesus e no Evangelho de São João a sua raiz que convida a essa experiência de viver como irmãos que andam juntos”.

O encontro iniciou com provocação sobre o “Espírito e a Igreja diálogo Católico-Pentecostal” ministrada pelo do padre Marcial Maçaneiro professor da PUC PR e membro da Comissão Internacional para o Diálogo Católico-Pentecostal. Ele destacou que “para além de nossas divisões, temos todos a mesma fonte: a fé em Jesus Cristo, na unção do Espírito Santo. Ele é o Espírito da verdade, que nos inspira viver reconciliados, em amor. Como anunciar aos outros o Evangelho do amor e da paz, se ainda não vivemos assim entre nós, cristãos? ”.

Na sequência da programação, o pastor José Carlos Marion, membro da direção do (Encontro de Cristãos na Busca de Unidade e Santidade (EnCristus) relatou sobre os “Caminhos e testemunhos do Diálogo Católico-Pentecostal”. Ele ressaltou que na caminhada do EnCristus “tanto Católicos e Evangélicos aprendem crescendo na diversidade de dons e revelações. Trocamos a Água de nossas fontes, sendo a diversidade de cada de nós a nossa riqueza”. Ao fim do dia, a Família Abrahâmica, grupo de São Paulo, que reúne casais Católicos, Judeus e Mulçumanos, partilhou as ações que realizam tendo como objetivo testemunhar a possibilidade de convívio, amizade e reflexão fraterna através da fé e da diversidade.

No domingo, 3/2, dom Francisco Biasin pontuou destaques relevantes em relação ao “Ecumenismo no Pontificado do Papa Francisco” testemunho que se baseia no exemplo e gestos de reconhecimento do outro que marca uma nova época, uma “primavera” para o acolhimento e anúncio da paz.

Como assessor da Comissão para o Ecumenismo, padre Marcus Guimarães reconhece que esses encontros, além das dimensões espiritual e formativa, também “revelam o despertar lento, mas constante, de novas lideranças para a causa ecumênica e inter–religiosa nos regionais da CNBB. E isto muito nos alegra! Nossa experiência, como cristãos tem nos mostrado, sempre mais, que o ecumenismo passa pelo coração. A importância da temática estudada neste ano no Simpósio, nos ajuda a entender a complexidade do Pentecostalismo, um dos maiores e mais novos desafios da Caminhada ecumênica”.
GREDIRE – A reunião do GREDIRE realizada no dia 1º de fevereiro contou a partilha de regionais dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Na pauta, ainda foram ressaltados os trabalhos e atividades que acontecem no país, como a possibilidade e planejamento de encontros Ecumênicos Estaduais e Regionais, como a possibilidade de uma nova Campanha da Fraternidade Ecumênica em 2021, reforço nos trabalhos das Comissões Bilaterais e propostas para a nova composição da Comissão a ser eleita na 57ª Assembleia Geral da CNBB que ocorrerá 1 e 10 de maio de 2019.
O Grupo de Reflexão de Ecumenismo e Diálogo Religioso (Gredire) é composto por representantes leigos e sacerdotes de distintos regionais da CNBB e integra a Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso presidida por dom Francisco Biasin e composta por Dom Zanoni Demettino Castro, Dom Manoel João Francisco e pelo assessor Pe. Marcus Barbosa Guimarães.
http://www.cnbb.org.br/simposio-ecumenico-coordenado-pela-cnbb-propoe-dialogo-catolico-pentecostal/

CNBB Divulga Encontro Ecumênico do Regional sul em Jundiaí



Encontro ecumênico em Jundiaí reúne cristãos de diferentes denominações

02/10/2018

 

Cardeal Odilo Pedro Schrer presidente da comissão para o ecumenismo, prestigiou o Encontro

 

Realizado entre os dias 21, 22 e 23 de setembro de 2018, em Jundiaí, no Centro de Convivência Mãe do Bom Conselho, o Encontro da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso do Regional Sul 1 da CNBB.

O evento teve a participação de cerca de 60 pessoas entre pastores luteranos e presbiterianos independentes, padres, religiosos, agentes de pastoral, lideranças ecumênicas de comunidades paroquiais, leigos e leigas engajados no movimento ecumênico do estado de São Paulo e também lideranças ecumênicas do Paraná.

Uma dupla de São José dos Campos animou todo o encontro, tocando violão, cantando e levando toda a assembleia a cantar com muito entusiasmo, lembrando que “somos gente da esperança, que caminha rumo ao Pai”.

Equipes dos diferentes Núcleos Regionais foram encarregadas dos momentos orantes, desde a Oração de Abertura até a Celebração de envio. Todos os momentos de oração foram intensos e estavam muito bem preparados, fortalecendo, ainda mais, a nossa união.

O Pastor Fernando Bortoletto, da Igreja Presbiteriana Independente, apresentou durante a manhã fundamentação bíblica. Ele iniciou lembrando que a Bíblia é a base da nossa fé. É ponto de encontro de irmãos. Comentou o termo Ecumenismo- “OIKOMENE”, casa, lugar comum. Lembrou que Ecumenismo é um Movimento… uma prática, uma questão de coração, de conversão. É a busca da unidade. Uma prática que tem em vista a unidade, a abertura em relação ao outro. E, acrescentou que a abertura ao outro nos leva a uma abertura ao totalmente Outro – Deus.

Lembrou ainda que a Bíblia é, em si mesma, ecumênica. E comentou a diversidade na Formação da Bíblia, por ser escrita por autores e em épocas diferentes. No final de sua fala citou Mc 9,38 concluindo que “Não temos direito de ter ciúmes, na Obra de Deus”.

O padre Marcos Barbosa Guimarães, assessor da CNBB para o Ecumenismo, fez uma apresentação sobre Fundamentos Teológicos do Ecumenismo. Citou documentos da Igreja sobre o tema, comentando encíclicas de vários Papas sobre o assunto, como: Ecclesiam Suam, de Paulo VI; Ut Unum Sint, de São João Paulo II; Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, entre outros.

O coordenador que acompanha a comissão estadual para o ecumenismo neste regional, o Cônego José Bizon incentivou toda a assembleia a estudar esse documento que foi, inclusive, disponibilizado por ele a todos, na pasta com material do evento.

No último dia os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar o Havdalah (cerimônia judaica) com José Amarante, candidato ao Rabinato, que, juntamente com sua esposa Ester, explicou o que é o Shabat (dia de descanso) e fez uma breve celebração.

O encontro foi bem acolhido pelo participantes. “O clima foi de muito estudo, convívio fraterno bem animado e muita oração. Uma verdadeira experiência do quanto é bom o convívio entre irmãos e irmãs. Saímos fortalecidos com a convicção ainda mais forte de que ‘juntos somos mais’ ”, avaliou o padre José Bizon.

 http://www.cnbbsul1.org.br/encontro-ecumenico-em-jundiai-reune-cristaos-de-diferentes-denominacoes/

Presidente Ucraniano quer acelerar separação da igreja do Patriarcado de Moscovo



 

Presidente ucraniano quer acelerar separação da igreja do patriarcado de Moscovo

Mundo

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pretende acelerar a separação da igreja do patriarcado de Moscovo, criando uma igreja ortodoxa independente por causa da ameaça que representa a Rússia.

“Eu garanto que as autoridades não irão interferir nos assuntos internos da igreja, mas eu também quero deixar claro que não vamos permitir que outros o façam. Por isso, considero importante cortar todos os tentáculos do país agressor no nosso Estado”, disse Poroshenko durante a celebração da 1.030.º aniversário da cristianização da Rússia de Kiev, confederação criada na Idade Média precursora dos atuais Estados da Ucrânia e da Rússia.

Poroshenko disse que na Rússia a igreja é separada do Estado apenas “no papel”, pois na realidade o seu apoio à política do Kremlin é “total e incondicional”.

“E mais, a doutrina sobre o `mundo russo` nasceu nas células de luxo dos superiores da Igreja Ortodoxa Russa”, disse o Presidente ucraniano, acrescentando que esta situação cria uma ameaça à segurança nacional da Ucrânia, sendo forçado a “atuar”.

Neste sentido, o Presidente está convencido de que o decreto que permitirá à Ucrânia criar a sua própria igreja, previamente solicitado ao Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, irá beneficiar tanto o Estado como a Igreja.

O patriarca da Igreja Russa, Kiril advertiu na sexta-feira que as tentativas de “arrancar” a igreja ucraniana de dentro do patriarcado russo podem levar a uma catástrofe no mundo ortodoxo.

O líder religioso disse que, para os crentes russos, Kiev não é uma cidade qualquer, mas “a mãe de todas as cidades russas” e “o lugar do batismo da Rússia”.

Segundo fontes oficiais, mais de 250.000 fiéis participaram nas celebrações para marcar o 1.030º. aniversário da cristianização da Rússia de Kiev, que começou na sexta-feira, na capital ucraniana.

Hoje vários atos comemorativos do aniversário também terão lugar em Moscovo e Minsk.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/presidente-ucraniano-quer-acelerar-separacao-da-igreja-do-patriarcado-de-moscovo_n1090054

 

ORAÇÃO ECUMÉNICA DISCURSO DO SANTO PADRE Genebra – Centro Ecuménico WCC Quinta-feira, 21 de junho de 2018



VISITA DO PAPA A GENEBRA

PEREGRINAÇÃO ECUMÉNICA DO PAPA FRANCISCO
A GENEBRA POR OCASIÃO DO 70º ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO
DO CONSELHO MUNDIAL DAS IGREJAS

ORAÇÃO ECUMÉNICA

DISCURSO DO SANTO PADRE

Genebra – Centro Ecuménico WCC
Quinta-feira, 21 de junho de 2018

Ouvimos as palavras do apóstolo Paulo aos Gálatas, a braços com transtornos e lutas internas. De facto, havia grupos que se contrapunham e acusavam mutuamente. É neste contexto que por duas vezes, em poucos versículos, o apóstolo convida a «caminhar segundo o Espírito» (cf. Gal 5, 16.25).

Caminhar: o homem é um ser a caminho. Durante toda a vida, é chamado a pôr-se a caminho, saindo continuamente donde se encontra: desde quando sai do ventre da mãe e vai passando duma idade da vida a outra; desde que deixa a casa dos pais até quando sai desta existência terrena. O caminho é uma metáfora que revela o sentido da vida humana, duma vida que não se basta a si mesma, mas está sempre à procura de algo mais. O coração convida-nos a caminhar, a alcançar uma meta.

Mas caminhar requer disciplina, causa fadiga; é necessária paciência diária e treinamento constante. É preciso renunciar a tantas estradas, para se escolher a que conduz à meta e mantê-la viva na memória para não se extraviar dela. Meta e memória. Caminhar requer a humildade de rever os próprios passos, quando for necessário, e a solicitude pelos companheiros de viagem, porque só se caminha bem juntos. Em suma, caminhar exige uma conversão contínua de si mesmo. É por isso que muitos desistem, preferindo a tranquilidade doméstica, onde pode cuidar comodamente dos seus negócios sem se expor aos riscos da viagem. Mas, assim, prende-se a seguranças efémeras, que não dão aquela paz e aquela alegria por que aspira o coração e que se encontram apenas saindo de si próprio.

A isto nos chama Deus, desde os primórdios. Já pedira a Abraão para deixar a sua terra, pondo-se a caminho armado apenas de confiança em Deus (cf. Gn 12, 1). De igual modo Moisés, Pedro e Paulo, e todos os amigos do Senhor viveram caminhando. Mas foi sobretudo Jesus que nos deu o exemplo. Por nós, saiu da sua condição divina (cf. Flp 2, 6-7) e desceu para caminhar entre nós, Ele que é o Caminho (cf. Jo 14, 6). Senhor e Mestre, fez-Se peregrino e hóspede no meio de nós. Tendo regressado ao Pai, deu-nos o seu próprio Espírito, para que também nós tenhamos a força de caminhar na sua direção, de realizar o que Paulo pede: caminhar segundo o Espírito.

Segundo o Espírito: se todo o homem é um ser a caminho e, fechando-se em si mesmo, renega a sua vocação, muito mais o cristão. Porque a vida cristã – assinala Paulo – depara-se com uma alternativa inconciliável: caminhar no Espírito, atendo-se ao traçado inaugurado pelo Batismo, ou «realizar os apetites da carne» (cf. Gal 5, 16). Que significa esta última expressão? Significa tentar realizar-se seguindo o caminho da acumulação de bens, a lógica do egoísmo, segundo a qual o homem procura, aqui e agora, agarrar tudo o que lhe apetece. Não se deixa levar docilmente para onde Deus indica, mas segue a própria rota. Temos diante dos olhos as consequências deste percurso trágico: na sua voracidade de coisas, o homem perde de vista os companheiros de viagem; em consequência, pelas estradas do mundo reina uma grande indiferença. Impelido pelos seus instintos, torna-se escravo dum consumismo desenfreado; em consequência, a voz de Deus é silenciada, os outros – sobretudo se incapazes de caminhar pelo próprio pé como bebés e idosos – são descartados porque importunos, a criação serve apenas para produzir à medida das necessidades.

Amados irmãos e irmãs, mais do que nunca interpelam-nos hoje estas palavras do apóstolo Paulo: caminhar segundo o Espírito é rejeitar o mundanismo. É escolher a lógica do serviço e avançar no perdão. É inserir-se na história com o passo de Deus: não com o passo ribombante da prevaricação, mas com o passo cadenciado por «uma única palavra: Ama o teu próximo como a ti mesmo» (Gal 5, 14). De facto, o caminho do Espírito está assinalado pelos marcos miliários que Paulo enumera: «amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gal 5, 22).

Somos chamados, juntos, a caminhar assim: a estrada passa por uma conversão contínua, pela renovação da nossa mentalidade para que se amolde ao Espírito Santo. Muitas vezes, no decurso da história, as divisões entre cristãos deram-se porque na raiz, na vida das comunidades, se infiltrou uma mentalidade mundana: primeiro cultivavam-se os próprios interesses e só depois os de Jesus Cristo. Nestas situações, o inimigo de Deus e do homem não teve dificuldade em separar-nos, porque a direção seguida era a da carne, não a do Espírito. Mais, algumas tentativas do passado para acabar com tais divisões falharam miseravelmente, porque inspiradas sobretudo por lógicas mundanas. Mas o movimento ecuménico, para o qual tanto contribuiu o Conselho Ecuménico das Igrejas, surgiu por graça do Espírito Santo (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Unitatis redintegratio, 1). O ecumenismo pôs-nos em movimento segundo a vontade de Jesus e poderá avançar se, caminhando sob a guia do Espírito, recusar toda a reclusão autorreferencial.

Mas – poder-se-ia objetar – caminhar assim é trabalhar com prejuízo, porque não se tutelam devidamente os interesses das próprias comunidades, muitas vezes solidamente ligados a origens étnicas ou a orientações consolidadas, sejam estas de tipo mais «conservador» ou mais «progressista». Sim, escolher ser de Jesus antes que de Apolo ou de Cefas (cf. 1 Cor 1, 12), antepor o ser de Cristo ao facto de ser «judeu ou grego» (cf. Gal 3, 28), ser do Senhor antes que de direita ou de esquerda, escolher em nome do Evangelho o irmão antes que a si mesmo significa frequentemente, aos olhos do mundo, trabalhar com prejuízo. Não tenhamos medo de trabalhar com prejuízo! O ecumenismo é «um grande empreendimento com prejuízo». Mas trata-se de prejuízo evangélico, segundo o caminho traçado por Jesus: «Quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há de salvá-la» (Lc 9, 24). Salvaguardar-se a si próprio é caminhar segundo a carne; perder-se seguindo Jesus é caminhar segundo o Espírito. Só assim se produz fruto na vinha do Senhor. Como ensina o próprio Jesus, não quantos amealham produzem fruto na vinha do Senhor, mas os que, servindo, seguem a lógica de Deus, o Qual continua a dar e a dar-Se (cf. Mt 21, 33-42). É a lógica da Páscoa, a única que dá fruto.

Contemplando o nosso caminho, podemos ver espelhadas nele algumas situações das comunidades da Galácia de então: como é difícil amortecer as animosidades e cultivar a comunhão, como é duro sair de contrastes e rejeições mútuas alimentadas durante séculos! E mais árduo ainda é resistir à tentação subtil de estar junto com os outros, caminhar junto, mas com a intenção de satisfazer algum interesse de parte. Esta não é a lógica do Apóstolo; é a de Judas, que caminhava junto com Jesus, mas para proveito dos seus negócios. A resposta aos nossos passos vacilantes é sempre a mesma: caminhar segundo o Espírito, purificando o coração do mal, escolhendo com santa obstinação o caminho do Evangelho e recusando os atalhos do mundo.

Depois de tantos anos de empenho ecuménico, neste septuagésimo aniversário do Conselho, peçamos ao Espírito que revigore o nosso passo. Este detém-se, com demasiada facilidade, à vista das divergências que persistem; muitas vezes bloqueia-se logo à partida, entorpecido pelo pessimismo. Que as distâncias não sejam desculpas! É possível, já agora, caminhar segundo o Espírito. Rezar, evangelizar, servir juntos: isto é possível e agradável a Deus. Caminhar juntos, rezar juntos, trabalhar juntos: eis a nossa estrada-mestra de hoje.

Esta estrada tem uma meta concreta: a unidade. A estrada oposta, a da divisão, leva a guerras e destruições. Basta ler a história. O Senhor pede-nos para embocar continuamente o caminho da comunhão, que leva à paz. De facto, a divisão «contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (Decr. Unitatis redintegratio, 1). O Senhor pede-nos unidade; o mundo, dilacerado por demasiadas divisões que afetam sobretudo os mais fracos, invoca unidade.

Amados irmãos e irmãs, desejei vir aqui, peregrino em busca de unidade e de paz. Agradeço a Deus porque aqui vos encontrei a vós, irmãos e irmãs já a caminho. Caminhar juntos, para nós cristãos, não é uma estratégia para fazer valer mais o nosso peso, mas é um ato de obediência ao Senhor e de amor pelo mundo. Obediência a Deus e amor ao mundo, o verdadeiro amor que salva. Peçamos ao Pai para caminhar juntos, com mais vigor, nos caminhos do Espírito. Que a Cruz nos sirva de orientação no caminho, porque lá, em Jesus, foram abatidos os muros de separação e foi vencida toda a inimizade (cf. Ef 2, 14): lá compreendemos que, apesar de todas as nossas fraquezas, nada poderá jamais separar-nos do seu amor (cf. Rm 8, 35-39). Obrigado.

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2018/june/documents/papa-francesco_20180621_preghiera-ecumenica-ginevra.html

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