Depois de 27 anos, ortodoxos etíopes estão de novo unidos



Depois de 27 anos, ortodoxos etíopes estão de novo unidos
O cisma que dividiu a Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia remonta a 1991, quando foi nomeado um novo patriarca após a queda da junta militar-marxista Derg e da chegada ao poder da Frente Democrática Revolucionária dos povos etíopes (PRDF).

Cidade do Vaticano

Depois de 27 anos, o cisma dentro da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia foi formalmente superado. Reunidos na Catedral de St. Michael, em Washington, os líderes desta antiga Igreja Ortodoxa Oriental assinaram uma declaração em quinze pontos, na qual são retiradas as excomunhões recíprocas, se põe fim a uma divisão que levou à criação de dois Sínodos separados – a Sínodo de Adis Abeba e o Sínodo no exílio – com dois patriarcas rivais.

A partir de agora haverá apenas um Sínodo, enquanto ambos os patriarcas são reconhecidos. O patriarca Merkorios, após um exílio de mais de duas décadas, poderá retornar à Etiópia e “guiará e servirá a Igreja através da oração e da bênção”. O patriarca Mathias será responsável por ” tarefas executivas e administrativas do escritório patriarcal”.

Esforços do primeiro-ministro etíope

No texto do comunicado, divulgado pela mídia, são ressaltadas também palavras de reconhecimento ao primeiro-ministro etíope Ahmed Abiy, que “trabalhou duro” para “restaurar a paz no país” – é muito recente o acordo com a vizinha Eritreia, que por fim a um conflito de vinte anos – e pela «unidade da Igreja Ortodoxa».

Em abril passado, durante sua primeira visita aos Estados Unidos, o primeiro-ministro Abiy havia apresentado, de fato, uma iniciativa para reconciliar os dois ramos da Igreja Ortodoxa Tewahedo da Etiópia.

O cisma

O cisma remonta a 1991, quando foi nomeado um novo patriarca após a queda da junta militar-marxista Derg e da chegada ao poder da Frente Democrática Revolucionária dos povos etíopes (PRDF).

Uma Igreja dissidente foi então fundada nos Estados Unidos em torno do patriarca Merkorios, nomeado nos tempos do Derg, e de alguns membros da Igreja que consideravam que o patriarca tinha que dassumir este encargo por toda a vida.

Na declaração que coloca fim ao cisma, reconhece-se que nos anos passados os dois Sínodos “não foram capazes de proteger a unidade, a dignidade e os direitos da Santa Igreja”. E disso pedimos “perdão aos fiéis”.

Portanto,  “com o fim de proteger a santidade da lei canônica e das tradições da Igreja, uma vez que os dois Sínodos se tornarão um”, serão emitidas regras de conduta vinculantes para todos.

Ainda que – é precisado –  o Santo Sínodo também proporá um Kale Awadi, isto é, leis específicas para as comunidades que estão no exterior. Leis que sejam conformes às constituições e regulamentos em vigor nos países de acolhimento e compatíveis com a missão da Igreja.

(L’Osservatore Romano)

https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/igreja-ortodoxa-etiope-unidade-cisma.html

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