Papa Francisco visita a Sinagoga de Roma
Cidade do Vaticano- Francisco tornou-se, na tarde deste domingo (17/01), o terceiro Pontífice a visitar a Sinagoga de Roma. Durante a visita a Sinagoga (Templo Maior), o Papa recordou a expressão cunhada por São João Paulo II que, em 1986, disse que os judeus são os “irmãos mais velhos” dos cristãos. Francisco incentivou todos a seguirem com perseverança nos empenhos da construção do diálogo judaico-cristão e recordou os judeus romanos perseguidos deportados durante a invasão nazista.
Eis, o discurso do Santo Padre
“Caros irmãos e irmãs,
Sinto-me feliz por estar aqui, entre vós, nesta Sinagoga. Agradeço pelas palavras cordiais do Dr. Di Segni, a senhora Durighello e o Dr. Gattegna. Agradeço a todos vós pela calorosa recepção. Tada rabbá! Obrigado!
Na minha primeira visita a esta Sinagoga, como Bispo de Roma, desejo expressa-lhes, como também a todas as Comunidades judaicas, a saudação fraterna de paz desta e de toda a Igreja católica.
As nossas relações me interessam muito. Em Buenos Aires, eu já estava acostumado a frequentar as sinagogas para encontrar as comunidades lá reunidas; seguir de perto as festividades e comemorações judaicas; dar graças ao Senhor, que nos dá a vida e nos acompanha no caminho da história.
Ao longo do tempo, criou-se uma união espiritual que favoreceu o nascimento de autênticas relações de amizade, que inspirou um empenho comum. No diálogo inter-religioso é fundamental encontrar-nos, como irmãos e irmãs, diante do nosso Criador e a Ele prestar louvor; respeitar-nos e apreciar-nos mutuamente e colaborar.
No diálogo judeu-cristão há uma ligação única e peculiar em virtude das raízes judaicas do cristianismo: judeus e cristãos devem, portanto, sentir-se irmãos, unidos pelo próprio Deus e por um rico patrimônio espiritual comum (cf. Declaração Nostra aetate, 4) no qual basear-nos e continuar a construir o futuro.
Ao visitar esta Sinagoga, prossigo nas sendas dos meus Predecessores. O Papa João Paulo II esteve aqui há trinta anos, em 13 de abril de 198; Papa Bento XVI esteve entre vós há seis anos atrás, agora estou eu aqui.
Na sua primeira visita, João Paulo II cunhou a bela expressão “irmãos mais velhos”! De fato, vocês são os nossos irmãos e as nossas irmãs mais velhos na fé. Todos nós pertencemos a uma única família, a família de Deus; juntos, Ele nos acompanha e nos protege como seu Povo; juntos, como judeus e como católicos, somos chamados a assumir as nossas responsabilidades por esta cidade, dando a nossa contribuição, também espiritual, e favorecendo a resolução dos diversos problemas atuais.
Espero que aumentem, sempre mais, a proximidade espiritual, o conhecimento e a estima recíprocos entre as nossas duas comunidades de fé. Por isso, é significativa a minha vinda entre no vosso seio, precisamente hoje, 17 de janeiro, o dia em que a Conferência Episcopal italiana celebra o “Dia do diálogo entre Católicos e Judeus”.
Comemoramos, há pouco, o 50° aniversário da Declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II, que tornou possível o diálogo sistemático entre a Igreja católica e o Judaísmo.
No passado dia 28 de outubro, na Praça São Pedro, pude saudar também um grande número de representantes judaicos, aos quais dirigi as seguintes palavras: “A verdadeira e própria transformação da relação entre Cristãos e Judeus, durante estes 50 anos, merece uma gratidão especial a Deus. A indiferença e a oposição se converteram em colaboração e em benevolência. De inimigos e estranhos, tornamo-nos amigos e irmãos”.
O Concílio, com a Declaração Nostra Aetate, traçou o caminho: “sim” à descoberta das raízes judaicas do cristianismo; “não” a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição, que disso derivam”.
Nostra Aetate definiu, teologicamente, pela primeira vez e de maneira explícita, as relações da Igreja católica com o Judaísmo. Ela, naturalmente, não resolveu todas as questões teológicas que nos dizem respeito, mas fez uma referência encorajador, fornecendo um estímulo importantíssimo para ulteriores e necessárias reflexões.
A propósito, em 10 de dezembro de 2015, a Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo publicou um novo documento que aborda as questões teológicas, emergidas nos últimos decênios, após a Declaração Nostra Aetate (n. 4).
Com efeito, a dimensão teológica do diálogo judaico-católico merece ser sempre mais aprofundada. Por isso, encorajo todos aqueles que estão comprometidos com este diálogo a continuar neste caminho, com discernimento e perseverança.
Do ponto de vista teológico, aparece sempre claramente a indivisível ligação que une Cristãos e Judeus. Para se compreenderem, os cristãos não podem não fazer referência às raízes judaicas; a própria Igreja, professando a salvação, mediante a fé em Cristo, reconhece a irrevocabilidade da Antiga Aliança e o amor constante e fiél de Deus por Israel.
Por mais importante que sejam as questões teológicas, não devemos perder de vista as situações difíceis, com as quais o mundo de hoje se defronta. Os conflitos, as guerras, as violências e as injustiças causam ferimentos profundos na humanidade e nos impelem a comprometer-nos pela paz e pela justiça. A violência do homem contra o homem está em absoluta contradição com qualquer religião, digna deste nome e, em particular, com as três grandes Religiões monoteístas.
A vida é sagrada, como dom de Deus. O quinto mandamento do Decálogo, diz: “Não matar” (Ex 20,13). Deus, que é Deus da vida, quer sempre promovê-la e salvaguardá-la. E nós, criados à sua imagem e semelhança, devemos fazer o mesmo. Todo o ser humano, como criatura de Deus, é irmão, independentemente da sua origem ou da sua pertença religiosa.
Toda pessoa deve ser vista com benevolência, como faz Deus, que estende a sua mão misericordiosa a todos, independentemente da sua fé e da sua proveniência; Ele dispensa atenção particular aos que mais precisam dele: os pobres, os enfermos, os marginalizados, os indefesos.
Lá, onde a vida corre perigo, somos chamados, por isso, a promovê-la e a salvaguardá-la. Quanto mais nos sentirmos ameaçados, tanto mais deveríamos confiar em Deus, que é a nossa defesa e o nosso refúgio (cf. Sal 3,4; 32,7), procurando fazer resplandecer em nós o seu rosto de paz e de esperança, sem jamais ceder ao ódio e à vingança. A violência e a morte jamais terão a última palavra diante de Deus, que é Deus do amor e da vida!
Devemos invocá-Lo com insistência, para que nos ajude a praticar – na Europa, na Terra Santa, no Oriente Médio, na África e em qualquer outra parte do mundo, – não a lógica da guerra, da violência, da morte, mas a da paz, da reconciliação, do perdão, da vida.
O povo judaico, na sua história, teve que padecer violências e perseguições, até ao extermínio dos judeus europeus, durante o periodo da Shoah. Seis milhões de pessoas, apenas por pertencerem ao povo judaico, foram vítimas da barbárie mais desumana perpetrada em nome de uma ideologia, que queria substituir Deus com o homem. Em 16 de outubro de 1943, mais de mil homens, mulheres e crianças da comunidade judaica de Roma, foram deportados para Auschwitz.
Hoje, quero recordar-lhes de modo particular: os seus sofrimentos, as suas angústias, as suas lágrimas nunca devem ser esquecidas. O passado deve servir de lição par o presente e o futuro. A Shoah ensina-nos que é preciso sempre máxima vigilância, para poder intervir, tempestivamente, em defesa da dignidade humana e da paz. Queria expressar a minha solidariedade a cada testemunha da Shoah que ainda vive; saúdo, de modo particular, aqueles que hoje estão presentes aqui.
Queridos irmãos mais velhos, devemos realmente ser gratos por tudo o que foi possível realizar nos últimos cinquenta anos, porque aumentaram e aprofundaram a compreensão recíproca e a mútua confiança e amizade.
Peçamos juntos ao Senhor, a fim de que conduza o nosso caminho rumo a um futuro bom e melhor. Deus tem para nós projetos de salvação, como diz o profeta Jeremias: “Conheço os meus projetos sobre vós – oráculo do Senhor -: são projetos de felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jer 29,11).
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde. Faça resplandecer sobre nós a sua face e nos dê a sua graça. Que o Senhor dirija o seu olhar para nós e nos dê a paz (Num 6,24-26).
Shalom alechem!”
Fonte: http://pt.radiovaticana.va/news/2016/01/17/papa_francisco_visita_a_sinagoga_de_roma/1201741
Reapresentação do Programa Ação Nacional
Próxima quinta-feira 21 de janeiro, às 21h15 haverá reapresentação do programa “Ação Nacional” na Rede Século 21, com o tema: Intolerância Religiosa, que foi gravado na Casa da Reconciliação. E reprise no próximo domingo, às 23h15.
Encontro Inter Religioso na Casa da Reconciliação
O encontro aconteceu no dia 5 de Novembro de 2015.
Vaticano e Isesco na Argentina para o futuro do diálogo islâmico-cristão Buenos Aires recebe autoridades muçulmanas e católicas para a “Conferência Internacional sobre a promoção de uma cultura de respeito mútuo e de solidariedade humana entre os religiosos”
CABA, 23 de Setembro de 2015 (ZENIT.org)
Entre 18 e 19 de novembro realizou-se um encontro ecumênico em Buenos Aires promovido pelo Vaticano e pela Isesco (Islamic Educational, Scientific and Cultural Organization), uma das instituições de maior prestígio no mundo islâmico, em presença de autoridades do governo argentino.
O imã Yahya Pallavicini, da Isesco para o Ocidente, coordenou algumas sessões em conjunto com uma delegação da Santa Sé representada pelo cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso, e por seu diretor, Miguel Angel Ayuso.
Entre os principais oradores, participaram também Abdulaziz Othman Altwaijri, diretor geral da organização, Omar Abboud, presidente do Instituto para o Diálogo Inter-Religioso (e amigo do papa) e Muhammad Yusuf Hallar, secretário geral da Organização Islâmica da América Latina e do Caribe, além de representantes das comunidades muçulmanas argentinas.
Altwaijri e Tauran expressaram “a sua determinação de promover ativamente o diálogo entre a Isesco e o Vaticano a fim de promover a paz mundial, proteger a dignidade humana e apoiar a cooperação entre o mundo cristão e o islâmico”. Entre os temas, “Cultura religiosa e valores humanos compartilhados”, “A promoção do diálogo entre os fiéis das religiões para aumentar a solidariedade humana”, “Estereótipos distorcidos das religiões e propostas para corrigi-los”, “O papel das instituições religiosas na promoção do respeito mútuo entre os fiéis”.
Também foram abordadas questões como a família, a educação e o necessário reconhecimento das raízes culturais e religiosas da humanidade, para dissipar as tendências a marginalizar o papel das religiões.
Yahya Pallavicini declarou: “Em algumas regiões do mundo, testemunhamos a manipulação da identidade confessional como suposta justificativa para a violência fratricida. Enquanto isso, multiplicam-se iniciativas que, desde o encontro histórico de 1986, em Assis, promovido por São João Paulo II, reúnem autoridades religiosas autênticas, teólogos iluminados, intelectuais honestos, simples fiéis e cidadãos ativamente envolvidos na coesão social, no respeito mútuo, no diálogo inter-religioso e na solidariedade. A voz e as obras piedosas desses homens e mulheres não parecem tão relevantes diante das imagens dramáticas de criminosos e vítimas, mas são, na realidade, o antídoto para a barbárie da violência e representam a esperança concreta de uma perspectiva saudável e santa da vida do homem sobre a terra”.
Nota de Repúdio
A PASTORAL AFRO-BRASILEIRA também apoia a Nota de Repúdio aos ataques desferidos contra as comunidades tradicionais de Matrizes Africanas em todo o Brasil.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) repudia veementemente os ataques desferidos contra comunidades tradicionais de matriz africana em todo o Brasil. Recentemente, ataques motivados pela violência religiosa foram praticados contra casas de matriz africana nas cidades de Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas, no estado de Goiás, mas sabemos que estes não são casos isolados. Também há pouco tempo, o país ficou chocado com o ataque a uma família brasileira praticante de uma religião de matriz africana no Rio de Janeiro. Uma criança foi apedrejada, o que evidencia o grau de violência envolvida no acontecimento. O motivo da agressão é, tão somente, que essa família integra uma comunidade que segue as tradições e visões de mundo africanas que vieram para as Américas no período escravista e que permanecem vivas no Brasil até hoje, compartilhadas por milhões de pessoas. Outro caso recente envolveu o falecimento de Mãe Dede de Iansã, na Bahia, uma senhora já idosa, que sofria agressões sistemáticas de pessoas que a acusavam de praticar uma seita demoníaca. O infarto que Mãe Dedé sofreu é interpretado como resultado da tristeza e sofrimento causado pela situação. Independente da causa mortis dessa liderança tradicional, a SEPPIR lamenta essa perda, e aponta o componente racista desses ataques muitas vezes interpretados apenas como intolerância religiosa. O povo brasileiro tem liberdade de culto assegurada desde a República Velha, no século XIX. Mas as práticas religiosas de povos e comunidades de matriz africana e de terreiros seguiram sendo reprimidas e desvalorizadas. Por décadas foi exigido que casas tradicionais tivessem registro na polícia para permissão de funcionamento, por exemplo. Essa condição de segunda cidadania explicita o racismo contido nos ataques feitos a essas comunidades, crime que vai além da tolerância ou não a uma prática religiosa. Os povos tradicionais de matriz africana e de terreiros se reconhecem como unidades de resistência cultural no país. Esses coletivos se caracterizam pela manutenção de um contínuo civilizatório africano no Brasil, constituindo territórios próprios marcados pela vivência comunitária, pela ajuda mútua, pelo acolhimento e pela prestação de serviços sociais. A SEPPIR, por meio da Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, envidará esforços para que sejam apurados os fatos dessas e de outras agressões sofridas por esses povos e suas comunidades, que são importante patrimônio cultural do Brasil e da humanidade. É fundamental que o país esteja unido para enfrentar o racismo em todas as suas manifestações, como forma de construirmos uma sociedade democrática e sem discriminação racial.
Renovado compromiso por lacooperación entre cristianos y musulmanes
Lunes 21 Sep 2015
Con elapoyo del PontificioConsejo para el Diálogo Interreligioso y la presencia de su prefecto, el cardenal Jean Louis Tauran, entre el viernes 18 y el sábado 19 de septiembre se celebró en Buenos Aires la primera conferencia internacional para “Promover la cultura, el respeto y la solidaridad entre los seguidores de lasreligiones. Los participantes expresaron su determinación para promover activamente el diálogo, en pos de trabajar para la paz en mundo, la preservación de la dignidad humana y apoyar la cooperación entre cristianos y musulmanes.
Con el apoyo del PontificioConsejo para el Diálogo Interreligioso y la presencia de su prefecto, el cardenal Jean Louis Tauran –conocido por haber anunciado al mundo la elección del papa Francisco-, entre el viernes 18 y el sábado 19 de septiembre se celebró en Buenos Aires la primera conferencia internacional para “Promover la cultura el respeto y la solidaridad entre los seguidores de lasreligiones.
Las jornadas católico-islámicasfueron organizadas por el Instituto de Diálogo Interreligioso, la OrganizaciónIslámica para América Latina y la OrganizaciónIslámica para la Educación, la Cultura y lasCiencias (Isesco).
Representantes de lasorganizaciones católicas e islámicas, y líderes religiosos y académicos de ambos credos compartieroncuatrosesiones de trabajo donde se abordaron temas como la cultura religiosa y los valores humanos comunes, la promoción del diálogo entren los seguidores de lasreligiones para fomentar la solidaridad humana, los estereotiposdistorsionados de lasreligiones y las formas de corregirlos, y el papel de lasinstituciones religiosas en la promoción del respeto mutuo,
La sesión de apertura contó con la presencia del cardenal Mario Aurelio Poli, arzobispo de Buenos y primado de la Argentina; el vicecanciller argentino, Eduardo Zuain; el director general de la OrganizaciónIslámica para la Educación, la Cultura y lasCiencias (Isesco), AbdulazizOthmanAltwaijri; el secretario general de la OrganizaciónIslámica para Latinoamérica y el Caribe, Muhammad YususfHallar, y el presidente del Instituto del Diálogo Interreligioso, Omar Ahmed Abboud.
Palabras del cardenal Tauran
El prefecto del PontificioConsejo para el Diálogo Interreligiliosoagradeció la invitación para caminar “con los hermanos y en la presencia de Dios”, y propuso a los fieles de ambos credos “hacernoscompañeros de viaje de cada ser humano en nuestrocaminohacia la Verdad”.
“Inspirados en nuestros valores compartidos y fortalecidos por nuestrossentimientos de genuinafraternidad, estamos llamados a trabajar juntos por la justicia, la paz y el respeto de los derechos y de la dignidad de cada persona”, sentenció el purpurado.
Para el cardenalfrancés, “el mundo actual está urgentemente llamado a afrontar graves desafíos que exigensolidaridad por parte de las personas de buenavoluntad”. Estosdesafíos, segúnenumeró, son “lasamenazas al medioambiente, la crisis de la economía global y los altos niveles de desocupación”, además del desarraigo causado por lasmigracionesforzadas. En este aspecto, el cardenalconsideróindispensable el aporte de los responsables religiosos.
“Trabajemos juntos para construir puentes de paz y promover al reconciliación, especialmente en las zonas donde musulmanes y cristianospadecen juntos el horror de la guerra. Seguramente, hoynuestrodesafío más grande seael de demostrar que lasreligiones no son la causa de los conflictos, sino parte de la solución”, afirmó el prefecto del dicasterio vaticano encargado del diálogo con la feislámica y otros credos.
Palabras del cardenalTaurán (PDF)
Declaración
Los participantes expresaron su determinación para promover activamente el diálogo, en pos de trabajar para la paz en mundo, la preservación de la dignidad humana y apoyar la cooperación entre cristianos y musulmanes.
Tras el encuentro, dieron a conocer una declaración en la que realzan la importancia del diálogo intercultural e interreligioso para promover una cultura de mutuo respeto y de solidaridad entre creyentes de las distintas tradiciones religiosas. Se habló de preservar el conjunto de valores que hacenposible una cultura de convivencia: el mutuo respeto, la solidaridad, el respeto a la Creación, la justicia social y los derechos humanos.
También se destacó a la familia, porque “preservar y defender los núcleos familiares es defender a la especie humana en su conjunto”, y “para ello es imprescindible una educación sólida en valores”.
Los participantes de este congresotestimonian su empeño para alcanzar tales objetivos con los siguientesprincipios básicos: promover valores moralescomunes, incentivar un mutuo respeto, animar la solidaridad, propiciar una cultura de paz y de respeto por el derecho a la vida, repudiar y condenar cualquieracto de violencia o persecución, y reconocer el patrimonio religioso y cultural de los pueblos del mundo.+
Fonte: http://www.aica.org
Luteranos, evangélicos e ortodoxos releem o “testamento espiritual” do irmão Roger
Numerosas mensagens para a Comunidade de Taizé por ocasião do 75º aniversário de fundação: o patriarca Bartolomeu, o Rev. Junge, o vice-secretário da Aliança Evangélica Mundial, Wilf Gasser, e o secretário do Conselho Mundial de Igrejas, Olav Tveit
Roma, 20 de Agosto de 2015 (ZENIT.org)
Além da mensagem do papa Francisco, foram muitas as lembranças enviadas à comunidade de Taizé por três importantes aniversários: o de 75 anos da fundação (20 de agosto), o de 100 anos do nascimento do fundador, irmão Roger (12 maio) e o de 10 anos da sua morte (16 de agosto). O site oficial da comunidade apresenta os textos recebidos do patriarca Bartolomeu, do secretário geral da Federação Luterana Mundial, Martin Junge, do vice-secretário geral da Aliança Evangélica Mundial, Wilf Gasser, e do secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas, Olav Fykse Tveit.
Em sua mensagem, o patriarca Bartolomeu observa que a convergência destes três eventos num mesmo ano “marca perfeitamente o destino indissolúvel entre a figura carismática do fundador, o irmão Roger, e a coragem espiritual que ele demonstrou ao tornar tangível a sua vocação ecumênica. Não se trata apenas de ter uma visão, mas de conseguir dar-lhe um corpo e uma alma”. Inspirado pela necessidade urgente da unidade dos cristãos, “o irmão Roger trabalhou não apenas a matéria exterior de uma comunidade, autenticamente multiconfessional, mas também foi o promotor de um ecumenismo espiritual caracterizado por uma atenção particular aos jovens”. De acordo com Bartolomeu, “a unidade dos cristãos é uma realidade à qual estamos ligados por um compromisso irreversível. Mas agora que, ao passar do tempo, o entusiasmo inicial está diminuindo, é necessário questionar-se sobre os motivos da unidade”. Devemos, portanto, reler o “testamento espiritual” do religioso suíço, que deixa clara “a esperança no futuro, enraizada nas gerações mais jovens”. Finaliza o patriarca ortodoxo: “Prestamos homenagem à importante missão da Comunidade de Taizé para o ecumenismo da vida, que encontra a sua fonte num espírito de partilha fraterna, na fidelidade à Escritura e aos Padres da Igreja”.
O rev. Junge também sublinhou que “2015 representa um marco na vida da comunidade. Os três eventos realmente deixam uma marca especial no mundo”. Ao recordar a coragem e o empenho com que o irmão Roger ofereceu refúgio aos cristãos e aos judeus perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, o secretário geral da Federação Luterana Mundial ressaltou que, “desde a sua criação, a Comunidade de Taizé foi e continua sendo um lugar de encontro para uma nova solidariedade. Nos últimos 70 anos, centenas de milhares de mulheres e homens de todo o mundo, com diferentes caminhos pessoais e experiências de fé, foram transformados pela espiritualidade de Taizé, simples e profundamente enraizada na oração de escuta, que abre espaço para um encontro íntimo com Deus e, através dele, para o serviço do próximo. A vida do irmão Roger foi um grande presente para o mundo; seu andar de mãos dadas com Deus era visível nas suas ações e audível nas suas palavras, mas, acima de tudo, refletia o fruto do amor que ele e a comunidade de Taizé criaram e continuam a criar guiados pelo Espírito Santo. A busca e o compromisso constantes pela unidade, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, continuam a ser um exemplo de humildade e de força, de abandono e de confiança no amor infinito de Deus e na vontade divina de que todos nós estejamos um dia na unidade do Espírito Santo”.
Por sua vez, o vice-secretário geral da Aliança Evangélica Mundial se diz convencido de que Taizé tem sido “uma bênção para muitas comunidades evangélicas e para mim mesmo. Eu fui inspirado por um grupo bíblico caracterizado pelo estilo de Taizé”, o revela, manifestando a sua gratidão à comunidade “pelo testemunho do Evangelho de Cristo e pelo ministério entre os jovens no mundo inteiro”.
“Peregrinação” é a palavra-chave da mensagem de Tveit, como “característica definidora do movimento ecumênico. O convite da comunidade de Taizé a uma ‘peregrinação de confiança sobre a terra’ ecoa o convite da Décima Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), realizada em Busan, a fazer uma peregrinação de justiça e de paz”, escreve ele. “Quando falamos de uma peregrinação que une as dimensões espirituais da oração e do culto à ação prática pela justiça e pela paz, somos lembrados de que a vida e a identidade cristã fazem parte de algo que é maior que nós mesmos, algo que nos une na solidariedade de uns para com os outros como expressão da graça e do amor de Deus. Abandonemos a abordagem autorreferencial e egocêntrica da fé e da vida cristã”.
“Caminhar juntos nesta peregrinação demanda e incentiva a abertura ao diálogo”, enfatiza o secretário do CMI, “a aceitação e a prática da responsabilidade recíproca, bem como a inclusão do outro no próprio futuro. Procurando sentido além de nós mesmos como parte de um grupo particular, de uma igreja, de uma tradição, descobrimos o sentido que dá importância à vida de uma fraternidade mais ampla dos que caminhamos juntos”. É significativo, a esta luz, o fato de que, além do 75º aniversário da fundação da comunidade de Taizé, também se recorde o centenário do nascimento do irmão Roger e o décimo aniversário da sua morte. “Caminhando juntos na peregrinação da justiça e da paz, também nos afirmamos como pessoas com dons e compromissos específicos, que estamos dispostos a compartilhar”, afirma Tveit. “Sendo cristãos, consideramos uns aos outros como irmãos e irmãs que se apóiam para viver como discípulos de Cristo, seguindo o caminho de Jesus. O irmão Roger demonstrou a alegria e a dor do discipulado com a sua vida e o seu testemunho. Seu caminho de vida nos ajuda a reconhecer o significado mais profundo de ser uma só coisa no corpo de Cristo na oração e na prática. Suas reflexões sobre a fé em Cristo, no meio do terror nazista e da guerra, e, depois, a tragédia da sua morte, mantém a nossa atenção na cruz de Cristo. Somos lembrados do amor unificador, reconciliador e abnegado de Cristo pelo mundo, e do dom da vida nova na Eucaristia”.
Caminho de Santiago acolhe a primeira peregrinação Interreligiosa
Mais de cem católicos, judeus, budistas, muçulmanos, hindus percorrem 107 quilômetros para promover a paz e a justiça social
Roma, 21 de Agosto de 2015 (ZENIT.org)
O Caminho de Santiago vai receber, de 30 de agosto até 06 de setembro, a primeira peregrinação inter-religiosa de sua história, sob o lema “Um mundo diferente é possível”.
O encontro conta com a participação de mais de 120 fiéis católicos, judeus, budistas, muçulmanos e hindus que irão percorrer 107 quilômetros do chamado Caminho Francês em terras leonesas promovendo a paz e a justiça social.
A peregrinação pretende mostrar à sociedade que “as vidas espirituais são um claro sinal de diálogo, convivência e desenvolvimento, onde as diferentes religiões não se separam, mas se unem”, explicam os organizadores.
“O objetivo é superar as barreiras dos diferentes credos, ajudar uns aos outros na renovação espiritual e promover uma mensagem de paz e de mudança para um mundo rico e complexo, a fim que as opções materialistas tanto espirituais como científicas, empresariais, sociais… não prevaleçam sobre as opções mais humanas de solidariedade e respeito”.
Os organizadores destacam que “a iniciativa nasceu como vocação para ser um veículo de coexistência e aprofundamento espiritual dos fiéis de diferentes tradições religiosas na Espanha. Neste sentido, não é apenas um evento, mas visa a um processo de encontro interreligioso”.
Todos os dias, várias atividades serão realizadas com um tema que será trabalhado ao longo do caminho. Haverá momentos para celebrar, compartilhar, refletir, para o lazer, para ficar em silêncio… Respeitando os momentos de oração de cada confissão.
A peregrinação consiste em seis etapas no decorrer dos 107 quilômetros que serão percorridos na província de Léon. A viagem terá início no dia 30 de agosto, em León, com a recepção dos participantes no Mosteiro de Santa Maria de Carbajal. Em cada etapa um grupo religioso diferente será responsável pela direção da viagem que vai atravessar as cidades de Sahagún, El Burgo Ranero, Mansilla de las Mulas, San Miguel del Camino, Hospital Órbigo, Astorga e Rabanal del Camino.
Trata-se de um projeto conjunto da Comissão ibérica de diálogo inter-religioso monástico, da Comunidade judia Masorti Bet-El, da Casa Turco-Arco Fórum, da Comunidade budista Dag Shang Kagyu, da Comunidade Baha’i de Espanha, e do Fórum Abraham da Associação hindu Veda Dharma.
A peregrinação tem o apoio dos Missionários da Unidade, do Zendo Betânia, da Comunidade ecumênica Horeb Charles de Foucauld, da Conferência Espanhola dos Religiosos (CONFER), da Associação para o Diálogo Interreligioso da Comunidade de Madrid (ADIM), da Associação Ecumênica Internacional, entre outros. As comunidades beneditinas de Santa Maria de Carbajal e Rabanal del Camino participam ativamente na acolhida dos peregrinos.
Carta do Papa: Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação
Aos Venerados Irmãos
Cardeal Peter Kodwo Appiah TURKSON
Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz
Cardeal Kurt KOCH
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos
Compartilhando com o amado irmão o Patriarca Ecumênico Bartolomeu as preocupações pelo futuro da criação (cf. Cart. Enc. Laudato si’, 7-9), e acolhendo a sugestão de seu representante, o Metropolita Ioannis de Pérgamo, um dos convidados na apresentação da Encíclica Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum, desejo comunicar-vos que decidi instituir também na Igreja Católica o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação” que, a partir do ano corrente, será celebrado no dia 1° de Setembro, assim como já ocorre há tempos na Igreja Ortodoxa.
Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição para a superação da crise ecológica que a humanidade está vivendo. Por isso devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, lembrando sempre que para aqueles que crêem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós, «a espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia» (ibid., 216). A crise ecológica nos chama, portanto, a uma profunda conversão espiritual: os cristãos são chamados a uma «conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as conseqüências do encontro com Jesus» (ibid., 217). De fato, «viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa» (ibid.).
Anualmente, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação oferecerá a cada fiel e às comunidades a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos. A celebração deste Dia, na mesma data, com a Igreja Ortodoxa, será uma ocasião profícua para testemunhar a nossa crescente comunhão com os irmãos ortodoxos. Vivemos num tempo em que todos os cristãos enfrentam idênticos e importantes desafios, diante dos quais, para ser mais críveis e eficazes, devemos dar respostas comuns. Por isto, é meu desejo que este Dia também possa envolver, de alguma forma, outras Igrejas e Comunidades eclesiais, e ser celebrado em sintonia com as iniciativas que o Conselho Mundial de Igrejas promove sobre este tema.
Ao senhor, Cardeal Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, peço para que leve ao conhecimento das Comissões Justiça e Paz das Conferências Episcopais, bem como dos Organismos nacionais e internacionais comprometidos no âmbito ecológico, a instituição do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, para que, em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus: sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos. Para este fim, será de responsabilidade deste Dicastério, em colaboração com as Conferências Episcopais, implementar oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade para assumir estilos de vida coerentes.
Ao senhor, Cardeal Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, peço que providencie os contactos necessários com o Patriarcado Ecumênico e com as outras realidades ecumênicas, para que tal Dia Mundial possa tornar-se sinal de um caminho percorrido conjuntamente por todos os que crêem em Cristo. Será responsabilidade deste Dicastério, além disto, cuidar da coordenação com iniciativas similares tomadas pelo Conselho Mundial de Igrejas.
Ao fazer votos duma mais ampla colaboração para o bom início e desenvolvimento do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, invoco a intercessão da Mãe de Deus, Maria Santíssima, e de São Francisco de Assis, cujo Cântico das Criaturas inspira tantos homens e mulheres de boa vontade a viver no louvor do Criador e no respeito pela criação. Corroboram estes votos a Bênção Apostólica, que de coração concedo a vós, Senhores Cardeais, e a todos aqueles que colaboram no vosso ministério.
Vaticano, 6 de Agosto de 2015
Festa da Transfiguração do Senhor
FRANCISCUS