Comissão para o Ecumenismo da CNBB e o Gredire se encontram para planejar as iniciativas de 2025
Encontro Nacional de Formação e de Convivência Ecumênica – CNBB
Encontro promovido pela CNBB, em Jundiaí (SP), reanima as esperanças da caminhada ecumênica no Brasil
De 13 a 15 de setembro de 2024 aconteceu, no Centro de Convivência Mãe do Bom Conselho das Irmãs Agostinianas Missionárias, em Jundiaí (SP), ocorreu o Encontro Nacional de Formação e Convivência Ecumênica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Participaram também membros das igreja Católica Apostólica Romana, Sirian Ortodoxa da Antioquia, Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, Metodista do Brasil e Presbiteriana Independente.
Antes, na quinta feira, dia 12 de setembro, a Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB se reuniu na Casa da Reconciliação em São Paulo para repassar o planejamento e a programação do encontro nacional. Foram pensadas também as próximas ações estratégicas para o avanço do diálogo ecumênico nacionalmente.
Na sexta feira, 13 de setembro, o encontro começou com um jantar e convivência entre os participantes. Depois da oração inicial e apresentação geral de cada participante, conduzidas pelo bispo de Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão para o Ecumenismo da CNBB, dom Teodoro Tavares, o frei Volnei Berkenbrok fez uma exposição sobre à história do ecumenismo e as mudanças paradigmáticas que a pós-modernidade exigem de todos que trabalham no movimento ecumênico.
Promoção do ecumenismo
O sábado, dia 14 de setembro, teve início com a celebração da Missa presidida pelo a arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, em seguida do frei Volnei que apresentou a temática do fenômeno do pentecostalismo e também deu dicas práticas para o ecumenismo nas bases.
Dom Teodoro, no primeiro momento da tarde, fez uma apresentação sobre o Concílio de Nicéia e o Concílio Vaticano II como fontes de inspiração para unidade de todos os cristãos. Ainda no período da tarde houve uma mesa redonda com a temática dos 1.700 anos do Concílio de Nicéia, onde cada confissão religiosa pode falar sobre a importância deste concílio para a consolidação da fé de sua confissão.
Participaram lideranças religiosas da Igreja Bizantina Ortodoxa do Patriarcado de Antioquia, Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Sirian Ortodoxa, Igreja Presbiteriana Independente e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. De noite ocorreu o ágape, um jantar festivo agradecendo a Deus pelo dom da unidade.
FONTE: CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
“Jesus Cristo é o coração do ecumenismo”, diz Papa à delegação da Federação Luterana
“Um importante gesto de fraternidade ecumênica”: assim o Papa definiu a visita na manhã desta quinta-feira, 20, de uma delegação da Federação Luterana Mundial, guiada pelo seu novo presidente, o bispo Henrik Stubkjær e pela secretária geral Revv. Anne Burghardt.
Em sua saudação inicial, Francisco escolheu as palavras do apóstolo Paulo tiradas da Carta aos Romanos (Rm 15,13) e que acompanharam as recentes consultas da entidade, pedindo que o “Deus da esperança abençoe agora também o nosso encontro. Na verdade – enfatizou -, somos todos peregrinos da esperança, como diz também o lema do Ano Santo de 2025.”
“Em tal contexto – disse o Papa dirigindo-se à secretária da Federação Luterana Mundial – a senhora recordou justamente um belo sinal de esperança, que ocupa um lugar especial na história da reconciliação entre católicos e luteranos”. De fato – explicou -, já antes do final do Concílio Vaticano II, “os cristãos católicos e luteranos dos Estados Unidos da América, em Baltimore, deram juntos este testemunho: «O credo segundo o qual nosso Senhor Jesus Cristo é o Filho, Deus de Deus, continua a assegurar-nos que somos verdadeiramente redimidos, porque somente aquele que é Deus pode nos redimir»:
Jesus Cristo é o coração do ecumenismo. Ele é a misericórdia divina encarnada, e a nossa missão ecumênica é dar testemunho dele. Na “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”, luteranos e católicos formularam o objetivo comum de “confessar em todas as coisas Cristo, o único em quem se pode depositar toda a confiança, visto que ele é o único mediador (cf. 1 Tim 2,5- 6) através do qual Deus no Espírito Santo se doa e derrama os seus dons que tudo renovam”.
Fonte: Vatican News
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Presidente da Comissão para Ecumenismo da CNBB fala do “Growing Together”, encontro de bispos católicos e anglicanos
O bispo de Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Teodoro Mendes Tavares partilhou um pouco a sua experiência no “Growing Together” – crescendo juntos, encontro ecumênico do qual estão participando cerca de 60 bispos católicos e anglicanos, de 27 países e diferentes continentes. Uma experiência ecumênica que reúne, durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, no hemisfério norte, os bispos das tradições anglicana e católica romana, num encontro de discussões ecumênicas e peregrinação de uma semana em Roma e Cantuária, de 22 a 29 de janeiro de 2024.
FONTE: CNBB
O Papa aos budistas: continuem reavivando o diálogo e a colaboração
“Sim, hoje nossa humanidade e a Terra, nossa casa comum, estão de fato feridas! Tantas guerras, tantas pessoas que perderam tudo e foram obrigadas a fugir. Tantas crianças afetadas pela violência.”
Em segundo lugar, foi destacada “a importância de educar cada pessoa, especialmente os jovens e as crianças, nas relações de cuidado e atenção aos outros e ao ambiente”.
Por fim, foi afirmado: “Acreditamos que a oração e a meditação podem mudar as coisas, purificando nossos corações e mentes; gerando bondade, misericórdia e perdão onde há ódio e vingança, criando um espírito de respeito e cuidado pelos outros e pela terra.”
Por fim, o Papa agradeceu aos monges budistas pelo gesto gentil de irem, ao Vaticano, e “os encorajou a continuarem reavivando o diálogo e a colaboração, especialmente com a Igreja Católica na Tailândia, num espírito de amizade constante”.
FONTE: Vatican News
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Rezar pela unidade é o primeiro dever do nosso caminho – Papa Francisco
O Papa Francisco presidiu na tarde desta quinta-feira (25), na Basílica de São Paulo fora-dos-muros, a celebração das Segundas Vésperas, que conclui a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro). Neste ano de 2024, a Semana de oração dedicada à unidade dos cristãos teve por tema “Amarás o Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10, 27). O subsídio foi preparado por um grupo ecumênico local no Burkina Faso, coordenado pela comunidade local de Chemin Neuf (Comunidade Chemin Neuf, ndr). No Brasil a Semana de Oração vai da Ascensão a Pentecostes.
Na sua homilia o Papa Francisco iniciou recordando que no Evangelho lido na celebração, o doutor da Lei, que embora se dirija a Jesus tratando-O por “Mestre”, não quer deixar-se instruir por Ele, mas pô-Lo à prova “para O experimentar. Entretanto – disse o Santo Padre -, um equívoco ainda maior emerge da sua pergunta: “Que hei de fazer para possuir a vida eterna?”.
“Fazer para possuir, fazer para ter: estamos perante uma religiosidade deturpada”, – continuou o Papa – “assente na posse e não no dom, onde Deus é o meio para obter aquilo que quero, e não o fim que devo amar com todo o coração”.
Mas Jesus é paciente – disse o Pontífice – e convida aquele homem a encontrar a resposta na Lei em que é perito; nela se prescreve: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.
Então o doutor da Lei, “querendo justificar a pergunta”, coloca uma segunda questão: “E quem é o meu próximo?”. Se, na primeira pergunta, – disse o Papa – se arriscava a reduzir Deus ao próprio “eu”, nesta procura-se dividir: dividir as pessoas entre aquelas que se deve amar e aquelas que se pode ignorar. E dividir – afirmou Francisco – nunca vem de Deus, mas do diabo. Jesus, porém, não replica com uma teoria, mas com a parábola do bom samaritano, com uma história concreta, que nos interpela também a nós.
Com efeito, quem se comporta mal, com indiferença, é o sacerdote e o levita que antepõem, às carências de quem sofre, a salvaguarda das suas tradições religiosas. Ao contrário é um herege, um Samaritano, que dá sentido à palavra “próximo”, porque se faz próximo: sente compaixão, aproxima-se e inclina-se com ternura sobre as feridas daquele irmão; cuida dele, independentemente do seu passado e das suas culpas, e serve-o com o melhor de si mesmo.
Isto permite a Jesus concluir que a pergunta correta não é “Quem é o meu próximo?”, mas “Eu… faço-me próximo?” Só este amor que se torna serviço gratuito, só este amor que Jesus proclamou e viveu, aproximará uns dos outros os cristãos separados. Sim, só este amor, que não esquadrinha o passado para justificar distâncias ou acusas, só este amor que, em nome de Deus, antepõe o irmão à férrea defesa do próprio sistema religioso, nos unirá.
Francisco continuou dizendo que “entre nós não deveríamos jamais perguntar-nos “quem é o meu próximo?”. Porque todo o batizado pertence ao mesmo Corpo de Cristo; mais ainda, porque cada pessoa no mundo é meu irmão ou minha irmã e, todos, compomos a «sinfonia da humanidade», da qual Cristo é primogénito e redentor.
Assim não devo perguntar “quem é o meu próximo?”, mas “eu…faço-me próximo?” Eu e, depois, a minha comunidade, a minha Igreja, a minha espiritualidade… fazemo-nos próximo? Ou ficamos entrincheirados na defesa dos próprios interesses, ciosos da própria autonomia, fechados no cálculo das próprias vantagens, estabelecendo relações com os outros apenas para daí ganhar qualquer coisa? Se assim fosse, não se trataria apenas de erros estratégicos, mas de infidelidade ao Evangelho.
Por isso encontramo-nos aqui, nesta tarde, vindos de diferentes países, culturas e tradições. “Juntos, como irmãos e irmãs em Cristo, rezemos com Paulo dizendo: ‘Que hei de fazer, Senhor?’ E, no próprio ato de colocar a pergunta, já existe uma resposta, porque a primeira resposta é a oração. Rezar pela unidade é o primeiro dever do nosso caminho. E é um dever santo, porque é estar em comunhão com o Senhor, que antes de mais nada rezou ao Pai pela unidade”.
E continuemos a rezar ainda pelo fim das guerras, especialmente na Ucrânia e na Terra Santa. Penso sentidamente no amado povo do Burkina Faso, em particular nas comunidades que lá prepararam o material para esta Semana de Oração pela Unidade: oxalá o amor ao próximo tome o lugar da violência que aflige o seu país.
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos na Diocese de Roma
Entre os vários eventos programados na Diocese de Roma, que contará com a participação de representantes das diferentes confissões cristãs presentes em Roma. Este momento de oração será presidido por dom Riccardo Lamba, delegado diocesano para o Ecumenismo e o diálogo inter-religioso; a homilia estará a cargo do pastor Dr. Michael Jonas, da Igreja Luterana de Roma; a animação estará aos cuidados dos coraiss= romeno ortodox, metodista e valdense, DecimaQuinta e San Gaspare del Bufalo.
Durante a Semana também haverá inúmeras iniciativas organizadas por paróquias e comunidades com temática ecumênica. Na paróquia de Deus Pai Misericordioso, será realizada a vigília da XVI prefeitura, que contará com a presença do pastor Andrea Aprile, da Igreja Batista de Via del Grano. Haverá um momento de oração ecumênica paroquial de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri na igreja metodista localizada nas proximidades, mais precisamentr na Via XX Settembre, esquina com a via Firenze. Como tradição, a Missa nos diversos ritos católicos do Oriente e do Ocidente será celebrada solenemente no Centro Eucarístico Ecumênico de Santa Maria na Via Lata (Via del Corso, 306) das Filhas da Igreja, a partir das 20 horas. Participarão também os diversos colégios pontifícios presentes em Roma.
O subsídio da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2024 foi preparado por um grupo ecumênico local no Burkina Faso, coordenado pela comunidade local de Chemin Neuf (Comunidade Chemin Neuf, ndr). Em particular, foram envolvidos na elaboração do texto irmãos e irmãs da Arquidiocese católica de Ouagadougou, das Igrejas Protestantes, dos organismos ecumênicos e da Comunidade Chemin Neuf em Burkina Faso.
As igrejas cristãs, em particular, têm sido alvo de ataques armados no país africano: sacerdotes, pastores e catequistas foram mortos; muitos ainda estão nas mãos de sequestradores. Mais de 22% do território nacional está fora do controlo das autoridades e nestes contextos os cristãos já não podem praticar abertamente a sua fé.
“À luz dos trágicos acontecimentos bélicos que ocorrem em muitos cenários, que já não poupam nenhum continente e envolvem também cristãos contra outros cristãos – reflete dom Riccardo Lamba, delegado diocesano para o Ecumenismo e o diálogo inter-religioso –, parece cada vez mais urgente sublinhar que o Amor de Deus e dos irmãos não é um desejo ou um projeto utópico, mas um verdadeiro “mandamento”, exequível apenas na medida em que cada discípulo de Jesus Cristo, num caminho contínuo de conversão, e cada comunidade cristã, se deixem ser purificados pelo Amor de Deus para nos tornarmos cada vez mais capazes de amar como Jesus.”
O Papa: a cultura do encontro constrói pontes, derruba os muros que dividem as pessoas
“…Promover a cultura do encontro
Esta visita, “definida por vocês como uma peregrinação educativa, é uma oportunidade privilegiada para promover a cultura do encontro, na qual corremos o risco de nos abrir aos outros, esperando descobrir neles amigos, irmãos e irmãs, e desta forma aprendemos e descobrimos mais sobre nós mesmos. De fato, ao vivenciarmos os outros em sua diversidade, somos encorajados a sair de nós mesmos e a aceitar e abraçar nossas diferenças”…
Iraque. Patriarca caldeu Sako: Maria aproxima cristãos e muçulmanos
A homenagem a Maria como inspiradora da proximidade entre crentes do islã e do cristianismo foi expressa pelo patriarca caldeu durante a noite de diálogo islâmico-cristão organizada em Bagdá. Referindo-se à “Mariologia islâmica”, o cardeal iraquiano lembrou que o Alcorão fala de Maria em várias ocasiões, e dedica a ela toda uma Sura. O Livro Sagrado do Islã reconhece a virgindade da Mãe de Cristo e sua pureza imaculada. A fé de Maria e sua esperança repousam sobre sua absoluta confiança em Deus